Em 1932, Antônio de Oliveira tornou-se primeiro-ministro de Portugal e instaurou o salazarismo, regime inspirado no fascismo italiano. Em 1933, a Constituição estabeleceu o Estado Novo e autorizou o funcionamento de um único partido: a União Nacional.
No início da década de 1960, o país fortaleceu a presença militar em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, suas colônias africanas, e Salazar, que sofrera um derrame, foi substituído por Marcelo Caetano. O novo chefe de Estado permitia partidos de oposição, mas como o sistema eleitoral não era transparente, o Partido da União Nacional venceu todas as eleições de 1969.
A decadência econômica de Portugal, juntamente com o desgaste da guerra colonial, incomodava as Forças Armadas. Em 25 de abril de 1974, teve início a Revolução dos Cravos. Oficiais de médio escalão derrubaram o governo de Caetano e em seu lugar entrou o general Antônio de Spínola, eleito pela Junta de Salvação Nacional. A população festejou a vitória distribuindo a flor nacional – cravo – aos rebeldes. Um soldado colocou a flor no cano da espingarda e, imitado por muitos colegas, fez da cena um símbolo da revolução.
Então, todos os partidos políticos foram legalizados e a polícia do salazarismo acabou. Spínola renunciou em setembro de 1974 e o poder passou para as mãos do Movimento das Forças Armadas (MFA), sob influência do Partido Comunista. As eleições seguintes, em abril de 1975, foram vencidas por Mário Soares, do Partido Socialista.