DIA DOS PAIS

No próximo domingo, os brasileiros comemoram o Dia dos Pais. A ideia nasceu na antiga Babilônia, há mais de 4 mil anos. Um jovem chamado Elmesu moldou e esculpiu o primeiro cartão. Desejava sorte, saúde e longa vida a seu pai. Nos Estados Unidos, Sonora Smart resolveu criar o Dia dos Pais em 1909, motivada pela admiração que sentia por seu pai, o veterano da Guerra Civil William Jackson Smart. A data escolhida para a comemoração foi a do aniversário de William: 19 de junho. Aqui no Brasil, a festa chegou em 1953. O jornal O Globo difundiu a data visando atrair anunciantes do comércio. Dois anos depois, os jornais da empresa Folha da Manhã se uniram com a TV Record, a Rádio Panamericana (hoje Jovem Pan) e a Rádio São Paulo para comemorar o Dia dos Pais pela primeira vez em São Paulo. Para isso, organizaram um concurso para eleger o pai mais jovem, o mais idoso e o que tinha maior número de filhos. Dos mil inscritos, ganharam o prêmio um rapaz de 16 anos, um senhor de 98 e um homem com 31 crianças. A princípio, a celebração ocorria no dia 16 de agosto, dia de São Joaquim. Depois foi transferida para o segundo domingo de agosto.

Em homenagem à data, o Blog do Curioso relembra a trajetória de grandes pais da história. Confira:

Pai da aviação: Santos Dumont

Santos Dumont foi pioneiro nas corridas de automóvel na França. Mesmo antes de inventar o avião, já era recebido como herói no Brasil. Em 1903, seu navio foi escoltado ao chegar ao Rio por embarcações embandeiradas. O primeiro voo da História aconteceu em 23 de outubro de 1906, com o avião 14-Bis. Essa data é conhecida, hoje em dia, como o Dia da Aviação. Santos Dumont não patenteou seus inventos. Preferiu entregá-los à humanidade e permitir que outros comercializassem seus aviões. Dumont inventou, além do 14-Bis, o relógio de pulso, o hangar e o protótipo do hidroavião.

Pai da Matemática: Pitágoras

A Matemática surgiu por iniciativa do grego Pitágoras (582 a.C. – 497 a.C.), que fundou uma sociedade secreta em Crotona, no sul da Itália, para discutir a ciência dos números. Os adeptos da escola do filósofo, chamados pitagóricos, se encontravam para debater as ideias de seu mestre, mas não se conheciam, pois compareciam encapuzados às reuniões. Pitágoras era vegetariano. Ele parou de consumir alimentos de origem animal por considerá-los impuros. Seu lema era “Tudo é número”. No início, o termo “matemática”, em grego, significava “o que é aprendido” ou “ciência por excelência”.

Pai do futebol brasileiro: Charles Miller

Charles Miller nasceu em 1874, no bairro do Brás, em São Paulo. Era filho de imigrantes ingleses. Aprendeu a jogar futebol durante um período de estudos em Southampton, na Inglaterra. Na época, o recém-criado esporte se chamava Association Football. Entre 1902 e 1904, jogando pela equipe do São Paulo Athletic Club (SPAC), que ele próprio ajudou a fundar, Charles Miller foi tricampeão paulista e artilheiro do campeonato por duas vezes. Jogou no clube até 1910, quando encerrou sua carreira. Apesar da ligação com o time do SPAC, era torcedor do Corinthians paulista.

Pai da internet: Tim Berners-Lee

O cientista inglês é o criador do world wide web (conhecida pela sigla “www”), da linguagem HTML (usada para criar websites), do protocolo HTTP e do sistema de URLs. Tudo isso foi desenvolvido entre 1889 e 1991. Hoje, ele dirige o World Wide Web Consortium, responsável pelas atualizações técnicas da rede. Tim é filho de dois matemáticos. Ele se formou em Física na Universidade de Oxford em 1976. Foi na faculdade que construiu seu primeiro computador, usando uma televisão, um processador M6800 e aço soldado.

Pai do rock: Chuck Berry

Charles Edward Anderson Berry teve seu primeiro contato com a música cantando em corais evangélicos por influência do pai, um pastor protestante. No início da década de 40, o músico foi colocado em um reformatório juvenil por ter cometido furto. Quando saiu da instituição, trabalhou em uma fábrica de automóveis e quase se tornou cabeleireiro profissional. O grande sucesso de Chuck, Johnny B. Goode, considerado primeiro rock da história, foi composto em homenagem a um dos integrantes de sua banda, Johnnie Johnson.

Pais do cinema: irmãos Lumière

A primeira cena em movimento apresentada ao público foi “A saída da fábrica”. Em 19 de março de 1895, em Paris (França), Louis Lumière acionou a manivela. Oitocentas imagens foram projetadas durante 50 segundos. A surpresa foi geral. Em seguida, junto ao irmão Auguste, Louis produziu “O Jardineiro”, “Chegada de um trem à estação de La Ciotat” e várias outras cenas que seriam apresentadas no Boulevard des Capucines, em Paris. O sucesso foi imediato. Os irmãos Lumière passaram a ser fabricantes de aparelhos, de películas, produtores e distribuidores de seus próprios filmes.

Pai da ficção científica: Júlio Verne

O primeiro grande sucesso literário de ficção científica foi “Cinco Semanas em Balão”, de Júlio Verne. O livro foi recusado por quinze editoras antes de ser publicado. Foi por meio de Alexandre Dumas Filho que Júlio Verne conheceu Pierre Jules Hetzel, um dos editores mais influente de Paris, que acreditou no potencial do rapaz e pediu que ele escrevesse dois livros por ano. Curiosamente, o escritor viajou de balão somente uma vez na vida e por apenas algumas horas. Jules Gabriel Verne Allotte nasceu em Nantes, em 8 de fevereiro de 1828, e morreu em 24 de março de 1905.

Pai do videogame: Ralph H. Baer

O engenheiro alemão, naturalizado americano, desenvolveu o sistema que daria origem ao primeiro videogame doméstico da história. A pesquisa dele começou em 1966. Três anos depois, sua equipe criou uma máquina apelidada de “caixa marrom”, que era o protótipo do primeiro videogame. Ele vendeu a patente do invento para a Phillips, que lançou, em 1972, o Magnavox Odyssey. Um ano depois, chegava às lojas o Atari, modelo que revolucionou a indústria de brinquedos. Todos os modelos teste, anotações e tentativas de Baer foram doadas ao Museu Americano de História Natural, em 2006.

Pai dos burros: Dicionário

Os dicionários são popularmente chamados de “pai dos burros”.  A versão até hoje mais divulgada é que a expressão surgiu em homenagem ao pai de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Manoel era fabricante de carroças, conhecidas pelo seu conforto (tanto para os passageiros como para os burros que as puxavam). Os passageiros diziam não ter palavras para expressar a qualidade do trabalho. O filho do carpinteiro, Aurélio, então montou um sumário de elogios, que entregava aos que diziam não ter palavras. Esse, por sinal, teria sido o primeiro “dicionário” do menino. “Tudo lenda”, garante o jornalista Cézar Motta, autor do livro “Por trás das palavras: as intrigas e disputas que marcaram a criação do Dicionário Aurélio, o maior fenômeno do mercado editorial brasileiro”. “O pai de Aurélio era comerciante e essa história nunca exisitiu.”