A data é 24 de abril de 1.184 a. C.. O evento é a Guerra de Troia – que foi considerada encerrada nessa data. Porém, esse não é o mais incrível. A própria existência de Troia era uma impossibilidade, não existiu e pronto, é só Mitologia. Talvez… espere, vamos conhecer esses mitos primeiro com o professor Warde Marx, especial para o “Olá, Curiosos!”:

Zeus convidou todos os deuses para um banquete no Olimpo. Ou melhor, quase todos. Éris, a deusa da discórdia, ficou de fora – por motivos óbvios. Ela, que era uma peste, escreveu numa maçã de ouro “para a mais bela” e a atirou sobre a mesa do banquete. Afrodite, deusa da beleza e do sexo, Atená, deusa da sabedoria, e Hera, deusa da família, mulher de Zeus e rainha dos deuses, adiantaram-se para pegar a maçã. As três pediram para Zeus decidir então com quem ficaria a maçã de ouro. Zeus, que não era bobo, apontou um jovem na Terra e ordenou: “Perguntem para ele”.

Hera ofereceu ao rapaz, chamado Páris, o governo de toda a Ásia. Atená disse que iria torná-lo o mais sábio dos homens. Afrodite lhe ofereceu o amor da mais bela mulher – e ganhou. Afrodite lhe disse: “Vá até Esparta e encontre seu amor, Helena, casada com o rei Menelau”. Quando Páris chegou, Menelau disse: “Vou fazer uma viagem, volto em poucos dias”. Encantado pela deusa, Páris fugiu com Helena. Ele era príncipe de Troia. Menelau volta e reúne todos os estados gregos numa confederação para resgatar Helena e destruir Troia. Assim, lançaram-se ao mar 1 mil navios, cheios de guerreiros. A luta durou dez anos.

Terminou quando Odisseus, o mais esperto dos gregos, inventou a história do cavalo de madeira. Era imenso. Os gregos o deixaram às portas da cidade, embarcaram e fingiram ir embora. Os troianos puseram o cavalo para dentro dos muros e começaram a festejar o dia da vitória. Durante a noite, gregos escondidos na oferenda saíram, abriram os portões e foi um massacre. Nenhum homem troiano sobreviveu. Essa teria sido a madrugada de 24 de abril de 1.184 a.C..

O primeiro grande poema épico ocidental foi exatamente a “Ilíada” (porque Troia, em grego, é Ílion), de autoria atribuída a Homero, que trata de parte dessa guerra. Os gregos da era clássica (por volta dos séculos VI e V a. C.) acreditavam que a Guerra de Troia era um fato histórico – porém, os relatos, como os de Homero, seriam exagerados. Um dos primeiros e mais famosos historiadores da Antiguidade, Tucídides, era um desses – para ele, colocar 1 mil navios em ação seria, digamos, “um pouco meio muito exagerado”.

Até o século XIX, arqueólogos e historiadores sérios tinham a coisa da lenda como certa. Foi aí apareceu o alemão Heinrich Schliemann, que era fanático pelos relatos sobre Troia e Micenas, outra grande civilização grega da mesma época. Fanático desde criança pelo assunto, ele leu tudo o que existia, aprendeu grego moderno e clássico, até casou-se com uma grega! Por volta de 1870, Schliemann fez escavações na Turquia e na Grécia, atrás de Troia e Micenas, acompanhando os relatos – tanto históricos quanto mitológicos. E não é que o danado encontrou as duas! Troia ainda mostrou ser uma pilha de cidades! Nove ao todo. A chamada Troia VIIb, que existiu entre 1260 e 1100 a. C., tem referências de que ali houve uma guerra. As datas batem, as escavações conferem… Mas é lenda… claro… será?

Leia também:
Como foi a Guerra de Troia
Tróia existiu?