O livro “1984“, do inglês George Orwell, foi lançado em 8 de junho de 1949. Ele é um dos romances de maior influência do século XX. A começar pelo bombardeio que temos hoje de reality shows na TV, como o principal deles, o “Big Brother”, da Rede Globo.
O livro tem como cenário um futuro distópico, onde o poder é mantido pelo Estado por meio da vigilância do “Big Brother”, o Grande Irmão, um sistema que vigia a população por câmeras 24 horas por dia, o que explica a inspiração do programa de tevê. Quem controla o passado, controla o futuro e quem controla o presente, controla o passado”.
Há várias referências de “1984” nas artes. No cinema, por exemplo, o filme “O Show de Truman” mostra como as pessoas podem ser controladas por quem dirige as câmeras. Para alguns, trata-se de uma reflexão sobre a perda da realidade. No livro de Orwell, a realidade não importa, desde que ela seja controlada pelas autoridades. A realidade será o que o governo determinar.
Na literatura, a trama da saga “Jogos Vorazes”, da americana Suzanne Collins, apresenta uma população controlada pelo governo tirânico da Capital. A competição anual, batizada de Jogos Vorazes, serve para que a população possa esquecer sua precária realidade. A história é reescrita para prevenir uma nova revolta. Na obra de Orwell, o passado não pode ser alterado, mas a memória sobre o passado sim.
Na música, David Bowie tentou adaptar “1984” para uma produção teatral, mas não foi autorizado pela viúva de Orwell. Por isso, ele reuniu as músicas já escritas, adicionou outras e lançou “Diamond Dogs”. O disco é um conjunto de estilos, onde um texto anterior é reorganizado. Uma maneira esquizofrênica de pensar, o mesmo “duplipensar” da obra de Orwell. Ou seja, aceitar duas crenças contraditórias ao mesmo tempo.
Ah, sorria! Você está sempre sendo filmado.
Silvio Alexandre, especial para o “Olá, Curiosos!” (12/06/2021)