A “Marcha da Maconha”, que aconteceu em São Paulo no sábado passado, terminou com tumultos e relatos de violência policial. Os manifestantes, que se concentraram na Avenida Paulista, acabaram fazendo um protesto contra a 2ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, que emitiu uma liminar proibindo referências à droga.

MARCHA DA MACONHA

Enquanto isso, na vizinha Argentina, publicações falam abertamente sobre a erva. São vendidas em qualquer banca de jornal e não são nem ao menos lacradas. A revista bimestral THC, que existe desde 2006 e já está na 38ª edição, tem este nome por causa do tetraidrocanabinol. É a substância psicoativa mais conhecida da maconha, que vem das partes secas da planta Cannabis sativa e é a droga mais consumida do mundo.

Como se não bastasse o nome, a THC tem como subtítulo “La revista de la cultura cannabica” (“A revista da cultura canábica”). As reportagens abordam tudo do universo da maconha: notícias que envolvam a verdinha em aspectos de legalização ou medicinais, dicas para cultivo da cannabis em casa, controle de pragas e até mesmo receitas culinárias com a planta.

Outra publicação vendida em Buenos Aires, a Haze,  está na quinta edição. Com grande foco no plantio de algumas variedades, como a White Russian, também aborda história envolvendo a erva e tem até classificados de aulas de japonês ou vendas de videogames. O blog da revista publica textos a respeito da questão legal da cannabis na Argentina e tem um vídeo da Marcha da Maconha feita por lá este ano:

 

Haze brasil N°1 by HAZE BRASIL - issuu

 

HAZE en la Marcha Mundial de la Marihuana 2011 from Mr. HAZE on Vimeo.

Na Argentina, a maconha foi descriminalizada para porte pessoal pela Suprema Corte de Justiça em agosto de 2009. Maiores de idade podem carregar consigo quantidades pequenas, cujo consumo não “coloque outras pessoas em risco”. No Brasil, o porte de maconha continua sendo crime, apesar de não existir punição no caso de pouca quantidade.