No final do século 18, a França passou uma grave crise política. Havia grande descontentamento da população e da burguesia quanto aos privilégios da nobreza e do clero. A insatisfação cresceu com o agravamento dos problemas financeiros do país. Em 1789, os burgueses resolveram promover um levante político e instituíram uma Assembleia Nacional Constituinte, que tinha como objetivo reestruturar a vida política francesa. O apoio popular veio com a tomada da Bastilha, prisão para onde eram enviadas pessoas que tinham dívidas com a justiça, no dia 14 de julho.
Um mês depois, os membros da assembleia estabeleceram os princípios que regeriam a partir de então o novo regime. Eles reconheciam a igualdade de todos os cidadãos perante a lei, a liberdade de expressão e de consciência, o direito à propriedade privada e a participação popular mediante a eleição de representantes. A reforma culminou com a publicação de uma Constituição em 1791. Com ela, o poder ficava, pela primeira vez, repartido em executivo (exercido pelo Rei), legislativo (desempenhado pela Assembleia) e judiciário.
Pena que as coisas não correram bem como os revolucionários imaginavam. Houve forte oposição ao regime por parte de monarcas, que viam com horror a possibilidade de também enfrentarem algo semelhante em seus países. Além disso, havia desavenças entre as duas principais facções revolucionárias: os girondinos (grupo formado pela alta burguesia) e os jacobinos (radicais da pequena burguesia e das camadas populares). Isto prejudicava a consolidação do novo governo.
Em 1792, a França se envolveu em um conflito armado contra o restante da Europa. A falta de empenho do rei Luís 16 em defender o país levou à sua deposição e posterior morte (ele e a rainha Maria Antonieta foram guilhotinados em 1793). A República foi proclamada e, pouco depois, os jacobinos assumiram o comando da Assembléia, dando início ao chamado Reino do Terror. Todos os nobres e os opositores ao governo eram eliminados sem dó.
Os anos seguintes foram marcados por guerras externas. A instabilidade política possibilitou a ascensão do general Napoleão, que na época ganhou enorme prestígio e popularidade com as sucessivas vitórias nos campos de batalha. Foi um golpe de estado liderado por ele que pôs fim ao governo revolucionário. Mas os seus princípios modificaram largamente o pensamento da época e até hoje regem os regimes democráticos.