1. Agulha
Na Era Paleolítica, as roupas eram feitas de peles costuradas junto com o couro de animais. Faziam buracos nas peles e, para costurá-las, era usado um instrumento parecido com a nossa agulha de crochê, feito de ossos. O aperfeiçoamento da agulha só viria na Idade Média, com a agulha de ferro. Ela surgiu no século XVI, na Inglaterra. Entretanto, a costura continuou sendo feita à mão, ou em velhas máquinas de tecer. Por fim, no século XVIII, a agulha teve sua capacidade multiplicada com a invenção da máquina de costura.
2. Alfinete de segurança
O alfinete já era conhecido por volta do ano 2.000 a.C., na chamada Idade do Bronze. Na Antiguidade, as vestimentas não eram costuradas. A roupa consistia num grande pano que envolvia todo o corpo e era preso no peito ou no ombro. Os alfinetes retos já eram usados pelos sumérios, mas uma ideia simples e genial o aperfeiçoou. Ele foi dobrado e teve sua ponta protegida e presa a um aro. Os primeiros alfinetes de gancho eram de bronze ou de ferro; depois foram embelezados com marfim, coral, pérolas e ouro.
3. Botão
Existia provavelmente desde 3000 a.C.. Foi desenterrado, no vale do Indo, um amuleto de concha furado com dois buracos, que poderia ter servido de botão. Mil anos depois, as populações da Escócia e do norte da Inglaterra fabricavam botões de um material chamado azeviche. Os botões reapareceram no fim da Idade Média, tanto para segurar quanto decorar as vestimentas. Eles eram de prata ou de metal dourado. No século XIV, passaram a ter uma função prática, e o material de que são feitos se diversificou: metais preciosos, cobre, cristal ou ainda vidro e tecido. O botão só se tornaria popular no século XVIII, devido ao barateamento dos custos, quando sua fabricação em escala industrial teve um grande desenvolvimento. A partir de meados do século XIX, conchas, madrepérola, vidro preto, aço e latão trabalhados e chifre moldado costumavam ser usados para fazer botões, que já haviam se tornado parte integrante do desenho de moda. Em 1807, o dinamarquês Bertel Sanders inventou o botão de pressão, que unia dois discos de metal que podiam prender ao mesmo tempo qualquer tecido.
4. Elástico
Os primeiros elásticos, feitos de borracha vulcanizada, foram patenteados em 17 de março de 1845 por Stephen Perry, um fabricante de Londres. A produção de rodelas de elástico “para papéis, cartas e dinheiro” foi iniciada por sua empresa na mesma época.
5. Máquina de costura
Poucos inventos foram tão disputados quanto a máquina de costura. Em 17 de julho de 1790, o marceneiro inglês Thomas Saint fez a primeira máquina, para costurar sapatos e botas. As especificações, que ficaram enterradas no meio de outras patentes relacionadas a botas e sapatos, só foram descobertas por Newton Wilson em 1874. Eram notáveis por antecipar muitas características que mais tarde se tornaram básicas nas máquinas desenvolvidas comercialmente. Essas características incluíam a ação perpendicular (mais tarde patenteada por Isaac Singer), a agulha furada, as superfícies de pressão destinadas a manter o tecido bem esticado (patenteadas pelo americano Elias Howe Jr., também considerado um dos inventores da máquina de costura), e um braço superior que é uma característica básica da maioria das máquinas de costura modernas.
A máquina destinava-se a costurar couro, mas não há nenhum registro de que tenha sido de fato fabricada. Quanto à primeira máquina de costura a ser produzida comercialmente, um protótipo de madeira foi construído por Barthélemy Thimmonier, um alfaiate pobre da cidadezinha francesa de Amplepuis, em 1829. Dois anos mais tarde, ele recebeu uma encomenda de oitenta máquinas de uma fábrica de roupas de Paris, que fazia uniformes militares. Thimmonier passou a trabalhar nessa fábrica como supervisor e mecânico. Parece que a experiência foi bem-sucedida até demais, pois os alfaiates, vendo as máquinas de Thimmonier como uma ameaça ao seu ganha-pão, incentivaram uma multidão a destruí-las. Um único modelo sobreviveu e Thimmonier resolveu levá-la de volta para Amplepuis. Caminhando a pé até sua cidade natal, ele exibia a máquina como uma curiosidade de beira de estrada, para ganhar alguns centavos. Em 1845, o sucesso parecia estar novamente ao seu alcance, quando recebeu uma oferta de M. Magnin para colocar seu último modelo numa produção regular em série. Construídas inteiramente de metal, as máquinas produzidas pelas oficinas Magnin eram capazes de dar 200 pontos por minuto, e tinham todas as possibilidades de encontrar um bom mercado, se lhes dessem o tempo suficiente para superar o conservadorismo francês. Três anos depois, a multidão interveio novamente e destruiu tudo.
6. Náilon
A primeira fibra sintética, o náilon, foi descoberta em 1935. Um dos objetivos de seus descobridores era encontrar um substituto para a seda natural. Conseguiram mais do que isso. Uma equipe de pesquisadores da empresa americana Du Pont, chefiada pelo químico Wallace H. Carothers, levou oito anos para chegar ao objetivo. Na verdade, o princípio básico estava pronto desde 1920, quando o químico alemão Hermann Staudiger descobriu o processo de polimerização. Ele permite que moléculas simples, os monômeros, se combinem em longas cadeias, os polímeros, extremamente fáceis de serem trabalhadas. Esse foi o primeiro passo para a criação dos plásticos. O problema era chegar a um método de fabricação prático e barato.
Foi o que Carothers obteve inspirado, de acordo com uma história nunca confirmada, nos fios de uma teia de aranha vista num jardim. Meias finas de náilon foram lançadas em 15 de maio de 1940 e tornaram-se, rapidamente, sinônimo de elegância, beleza e sensualidade. Logo, porém, chegou a Segunda Guerra Mundial. Toda a produção de náilon foi requisitada para fins militares, como a fabricação de para-quedas e tendas de campanha. A demanda ficou absolutamente reprimida. Quando, numa pesquisa, perguntaram a 60 mulheres americanas do que mais sentiam falta por causa da guerra, 40 responderam: do náilon. As outras 20 citaram maridos ou namorados. Assim, quando as meias de náilon voltaram ao mercado, em 1946, foram recebidas por longas filas nas portas das lojas. A explicação da origem de seu nome é a de que une as siglas de Nova York (NY) e Londres (Lon).
7. Tecido sintético
Hilaire Chardonnet (1839-1924) era um estudante de Química em Paris quando, em 1865, auxiliou Louis Pasteur em um estudo sobre as doenças do bicho-da-seda. Na época, Chardonnet comentou que seria ótimo se a seda pudesse ser substituída por um tecido artificial. “Se isso fosse fácil, meu caro, não estaríamos perdendo tanto tempo com a saúde desses bichinhos”, respondeu Pasteur. Treze anos depois, enquanto revelava filmes em uma sala escura, Chardonnet derrubou no chão um vidro com colódio, ingrediente de lacas e vernizes. Não quis interromper a tarefa na hora, mas quando foi limpar a sujeira o líquido já tinha evaporado. No lugar dele ficaram uns fios sedosos. A partir do acidente, Chardonnet passou seis anos desenvolvendo a seda artificial, que mais tarde se chamaria “raiom”. Só em outubro de 1891, porém, é que convenceu as indústrias a fazerem roupas com o tecido sintético. O mais comum dentre os diversos tipos de raiom é o de viscose. Ele foi patenteado por três químicos ingleses, Cross, Bevan e Beadle, em 1892.
8. Tesoura
Os primeiros modelos surgiram na Europa há cerca de 5 mil anos e tinham as lâminas unidas por uma mola. Na antiga Roma, assim como na China, no Japão e na Coreia, os artesãos utilizavam tesouras de eixo feitas de bronze ou de ferro, parecidas com as de hoje. Até o século passado, eram forjadas à mão e muito mais ornamentadas. O uso doméstico se iniciou no século XVI. A partir de 1761, com a manufatura de tesouras de aço pelo inglês Robert Hinchliffe, o utensílio tornou-se realmente popular.
9. Velcro
O velcro foi inventado em 1948 pelo engenheiro suíço George de Mestral. Certo dia, voltando de uma caminhada no bosque, ele ficou irritado ao encontrar carrapichos grudados na sua roupa e no pelo do seu cachorro. Decidiu então descobrir de que modo eles conseguiam agarrar-se tão teimosamente, sem nenhuma substância adesiva. Observando pelo microscópio, George descobriu que as patas do carrapicho terminam em pequeninos ganchinhos, que se prendiam a qualquer coisa peluda. Imagine uma lâmpada se acendendo sobre a sua cabeça! Assim nasceu o fecho feito de numerosos ganchinhos e lacinhos. O nome “velcro” é a combinação de duas palavras francesas: “velours” (veludo) e “crochet” (gancho).
10. Zíper
Tudo começou em 1891 com um americano gorducho chamado Whitcomb L. Judson. Os trajes elegantes daquela época pediam roupas de baixo com camadas e mais camadas de peças externas – como camisas, coletes e casacos -, todas presas com cordões, laços ou fileiras de botões. Às vezes, levava-se até quase meia hora para se vestir ou despir. Mesmo os sapatos da moda eram botas bem justas abotoadas ou amarradas até o joelho. Whitcomb L. Judson tinha grandes dificuldades em amarrar suas botas. Decidiu inventar um dispositivo para fechar os calçados mais rapidamente – e o chamou de “fecho relâmpago”. Tratava-se de um dispositivo em forma de corrente que consistia de ganchos de metal laminado conectados a argolas de arame. Estas correntes de ganchos em lados opostos eram aproximadas e presas por um “cursor”. Mas, antes que o usuário pudesse realmente fechar suas botas, ele tinha que amarrar primeiro o dispositivo a seus sapatos com cordões comuns.
Depois disso, veio uma nova versão, onde conectivos eram presos às bordas de uma fita de tecido. De um lado ficavam os pinos ou ganchos, enquanto do outro ficavam os colchetes. Em vez de usar o fecho apenas para calçados, o produto passou a ser anunciado também para saias femininas, calças masculinas e outros tipos de roupas. Embora pudesse ser feita de maneira mais rápida e barata por máquinas, o novo modelo não era nada seguro. Saias e calças se abriam inesperadamente (e embaraçosamente) quando o mecanismo não era usado exatamente segundo as instruções. Não podia ser dobrado, torcido ou lavado.
Na tentativa de aperfeiçoar o fecho uma vez mais e atrair a lucrativa indústria de roupas, Judson contratou um jovem engenheiro sueco, Gideon Sundback. Sundback fez várias melhorias no processo de fabricação e, depois, concentrou seus esforços na eliminação dos defeitos do fecho, especialmente nessa teimosia em se abrir. Levou quase quatro anos até criar, em 1914, um fecho realmente prático, que deslizava sem problemas e não abria, muito semelhante aos zíperes de hoje em dia. Mas a verdadeira virada só ocorreu em 1923, quando a empresa B. F. Goodrich produziu um tipo de bota de borracha com o novo fecho. Foi um dos executivos da Goodrich quem criou o nome “zipper” ao exclamar que, para calçar as botas, bastava zip’er up or zip’er down (zipá-las para cima ou zipá-las para baixo).