Ao mesmo tempo, chegavam aos postos de gasolina as revistas em quadrinhos “Super-Heróis Shell”. Receberam esse título, pois eram patrocinadas pela empresa de petróleo, que promoveu uma grande campanha publicitária. Além disso, foi criada uma edição dos super-heróis para colorir. A fábrica de brinquedos Atma também entrou no negócio, lançando uma série de bonecos de plástico duro dos heróis.
Mesmo com essa produção precária e tosca, os Super-Heróis da Marvel alcançaram grande popularidade. Permitiram que os quadrinhos invadissem as casas de milhões de pessoas em todo mundo. Nos Estados Unidos, foram adotados em diversas produções de contracultura, discutindo as normas e os padrões estabelecidos pela sociedade. Os quadrinhos faziam parte da rebeldia e da contestação dos anos 1960.
Alguns exemplos são marcantes, como o cantor folk Jerry Jeff Walker, que gravou a canção “A Balada do Hulk”, em seu álbum “Bojangles”, de 1968. A revista “Rolling Stone”, dedicada à música, política e cultura pop, fez uma capa com o Hulk, com “sua cor verde-maçã e pulsante como um abacate termonuclear”. Publicou uma também com o Capitão América, em artigo que examinava o mundo da Marvel.
“Capitão América” era o nome da moto do personagem de Peter Fonda no filme “Sem Destino”, um símbolo da liberdade de 1969. No Brasil, “O Homem Nu”, de 1968, com Paulo José é uma comédia de costumes que critica o convencionalismo político e a hipocrisia cotidiana. Adaptado de um conto de Fernando Sabino, mostra com destaque os cinco super-heróis.