
Caminha pediu uma promoção para o genro
Com Caminha, ficamos sabendo que “nesta terra, em se plantando, tudo dá”, os índios andam nus e não se envergonham, para citar as duas observações mais conhecidas. E ele conta que foi nas oitavas – ou seja oito dias depois – da Páscoa, que se avistou um monte, ao qual se chamou Monte Pascoal. Que eu saiba, nenhum outro país tem certidão de nascimento, com dia, mês, ano e até as horas, por volta das 18h, em que a região foi avistada. Ah, claro, lembremos: ao final da Carta, Caminha solicita ao rei a transferência de um genro para posição melhor numa repartição pública. Sim, foi nosso primeiro pistolão.
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Uma bela quantia pelos segredos de navegação
A Relação do Piloto Anônimo foi a primeira a ser conhecida, numa publicação italiana de 1507, embora tenha sido escrita em português. Pelo conteúdo, o autor não era piloto, ou seja conhecedor dos mares (há raros termos técnicos de navegação). Pesquisas indicam o nome de um dos escrivães da armada cabralina, João de Sá. Por que o anonimato? Porque ele deve ter aceitado uma bela quantia por aqueles segredos de navegação – sim, um caso de espionagem contra o governo português! Suas constatações reforçam as de Pero Vaz e terminam sendo um belo fecho para essa trinca de documentos históricos – nossas certidões de nascimento. Os originais das duas primeiras estão na Torre do Tombo (ou seja “do registro”), em Portugal.
Warde Marx, especial para o “Você é Curioso?”