1. Ao assumir a Presidência no lugar de Jânio Quadros, que renunciara ao cargo, o vice João (Jango) Goulart ganhou a desconfiança dos militares, que quase o impediram de tomar posse em 1961.
2. Ex-aliado de Getúlio Vargas, ele tinha estreitas ligações com o movimento trabalhista. Por isso, Goulart era simpático aos grupos que pediam reformas agrária, política e bancária. E bateu de frente com os grupos mais poderosos. Com o mesmo discurso anticomunista, os militares depuseram João Goulart em 31 de março de 1964.
3. Nove dias depois, o Comando Supremo da Revolução (formado pelos comandantes-em-chefe do Exército, da Marinha e da Aeronáutica) editou o Ato Institucional nº 1, prometendo a “reconstrução econômica, política, social e moral do Brasil”.
4. No poder, os militares poderiam cassar mandatos ou os direitos políticos de opositores ao regime; suspender as garantias constitucionais; demitir funcionários públicos; decretar o estado de sítio, e enviar ao Congresso projetos de emenda à Constituição.
5. Uma vez declarado “Estado de sítio”, suspende-se os direitos e as garantias dos cidadãos e os Poderes Legislativo e Judiciário ficam submetidos ao Executivo.
6. O governo militar durou 21 anos e teve 8 presidentes escolhidos pelo Congresso, que limitava-se a apoiar o governo e a fazer uma oposição consentida. Todos as manifestações contrárias aos militares, lideradas principalmente pela Frente Ampla e pelo movimento estudantil, foram duramente reprimidas durante a ditadura.
7. A abertura política deu seus primeiros passos em 1979, com a aprovação da Lei de Anistia aos exilados políticos. Uma reforma extinguiu os únicos dois partidos permitidos na época, a Arena e o MDB, e permitiu a reorganização de outras chapas para a eleição dos governadores em 1982.
8. O auge do movimento de redemocratização ocorreu em 1984, com a campanha de Diretas Já. Apesar de não conseguir que passasse pelo Congresso uma emenda reestabelecendo as eleições diretas à presidência da República, o movimento contou com grande apoio popular e serviu para pressionar o governo, que deu início a uma abertura gradual.
9. Em 1985, o candidato da oposição Tancredo Neves foi apontado para o cargo de presidente pelo Colégio Eleitoral. Um dia antes de tomar posse, foi internado no Hospital de Base, em Brasília. O vice, José Sarney, ocupou seu lugar. Tancredo Neves morreu no dia 21 de abril de 1985. Sarney governou até 1990, quando passou o posto ao primeiro presidente escolhido diretamente pelo povo: Fernando Collor. Haviam se passado 29 anos desde a última eleição popular.
10. O relatório final da Comissão Nacional da Verdade, entregue em 2014, confirmou 434 mortes e desaparecimentos durante a ditadura, decorrentes das ações do aparato repressor do Estado. Desse número, 210 são desaparecidas.
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