Além de ser nome de mês, Outubro também foi nome de editora. E que fez história no mundo dos quadrinhos. Ela nasceu como Editora Continental em 1959, mas teve que mudar para Outubro quando descobriu-se que já havia outra empresa com o mesmo nome. Foi essa editora que publicou pela primeira vez em revista os personagens de Maurício de Sousa. Foi na “Zaz Traz” que Bidu e Franjinha fizeram sua estreia. Dos quatro personagens principais da Turma da Mônica, Cebolinha foi o único que não estreou em tiras de jornal, mas na “Zaz Traz” de março de 1960. Pouco depois, o Cebolinha também iria aparecer junto com o Franjinha na revista “Bidu”, a primeira revista oficial de Mauricio de Sousa. Um detalhe: nessa época, Bidu era cinza. A famosa cor azul só veio em setembro de 1963,  a partir do número 1 do suplemento “Folhinha de S. Paulo”.

Outro personagem que chegou aos quadrinhos pela Continental/Outubro foi o Capitão 7, um dos primeiros super-heróis brasileiros. Criado em 1954 pelo cineasta e crítico Rubem Biáfora, o Capitão 7 foi interpretado pelo ator mineiro Ayres Campos.  O número 7 era uma alusão ao canal 7, da TV Record de São Paulo. Ficou no ar por 12 anos. Nos quadrinhos, a vida foi mais curta: teve 40 edições e foi publicada até 1965.

O Vigilante Rodoviário foi mais um personagem da TV de enorme sucesso que ganhou revista da Editora Outubro. Ele foi o primeiro seriado brasileiro filmado em película de cinema, com 38 episódios no total. Os quadrinhos traziam o clima da época, seguindo a linha do seriado, simples e despretensioso. Foram publicadas 12 edições e um almanaque, entre 1962 e 1964.

Mas foi com as revistas de terror que a Editora Outubro ganhou destaque. Roteiros bem estruturados e uma arte de qualidade consagraram grandes nomes. A Outubro também desencadeou o primeiro movimento em defesa do quadrinho nacional. Em 1966, ela mudou de nome novamente, desta vez para Taika. Continuou ativa até ao final dos anos 1970, republicando quadrinhos de terror. A logomarca do Escorpião, signo zodiacal do mês de outubro, foi trocado pelo alvo amarelo e preto, símbolo da Editora Taika.