A história do abacaxi com polpa rosa começou a circular no inicio de 2017. Foi quando a gigante empresa americana de frutas e legumes Fresh Del Monte, fundada em 1886, recebeu carta branca para produzir a fruta geneticamente modificada. Mas os estudos em torno da nova fruta vêm sendo feitos há 16 anos.
O Pinkglow Pineapple foi lançado no mercado agora como uma fruta rara, exótica, digna da realeza. Está sendo plantado exclusivamente numa fazenda sustentável da Costa Rica, na América Central. O curioso é que eles vêm sem as coroas, pois elas precisam ser cortadas e depois replantadas para que novos abacaxis cresçam. Seu interior vem de um nível abundante de licopeno, o pigmento que torna o tomate e a melancia vermelhos, o que lhe dá também um sabor mais doce.
Há ainda uma grande campanha de marketing em volta desse lançamento. O primeiro passo foi evitar o nome “abacaxi rosa”. A Del Monte contratou o badalado estúdio de design Born & Bred, com sede em São Francisco, para assumir essa missão. O Pinkglow ganhou de cara um pomposo slogan: “A joia da selva”. Ele é vendido numa caixa como se fosse uma “carga preciosa” e traz até certificado de autenticidade dentro dela. Cada um custa hoje 50 dólares.
A história faz lembrar o Melão Yubari, considerado a fruta mais cara do mundo. Ele é nativo da ilha de Hokkaido, no Japão. A primeira colheita da produção anual é vendida em leilões e cada um pode chegar a custar 10 mil euros. Em geral, os melões valem entre 30 e 50 euros e são oferecidos como presente pelos japoneses.