O presidente Fernando Henrique Cardoso foi o segundo candidato presidencial mais votado em termos proporcionais da história política do país. Em 1994, com seus 34.377.198 votos, ele alcançou a marca de 54,3% dos válidos (todos, exceto nulos e em branco); só perde para o general Eurico Gaspar Dutra, que em dezembro de 1945 se elegeu com 55,3% dos votos válidos. Na reeleição, em 1998, FHC teve 53,06% dos votos válidos.
Em 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, que acabou com a Monarquia, deu o primeiro dos 8 golpes de Estado que fizeram a história do país. Getúlio Vargas deu golpes em 1930 e em 1937 e foi deposto em 1945 – por um golpe. Em 1964, com a posse do general Castello Branco, veio o golpe que deixou o país 29 anos sem eleições diretas para a Presidência.
Em 109 anos de República (1889-1998), os brasileiros elegeram 18 presidentes pelo voto direto. O primeiro foi Prudente de Moraes, em 1894, que recebeu 276.583 votos, numa época em que perto de 1% da população podia votar. Depois da Segunda Guerra, somente 2 presidentes eleitos diretamente terminaram seus mandatos: Eurico Gaspar Dutra e Juscelino Kubitschek. FHC é o terceiro.
Os presidentes tomaram posse, em média, aos 56 anos de idade. O mais jovem foi Fernando Collor, que assumiu o posto com 40 anos (antes dele, o mais novo tinha sido Nilo Peçanha, aos 41). Entre os mais velhos há empate: Nereu Ramos, Getúlio Vargas (no mandato de 1951 a 1954) e Ernesto Geisel chegaram ao poder com 67 anos. Com a reeleição, Fernando Henrique Cardoso, que nasceu em 1931, juntou-se a eles.
A profissão que mais se repete entre os presidentes é a de advogado. Vinte se formaram em Direito. Em segundo lugar aparecem os militares, com 9 presidentes.
Nenhum outro presidente ficou tanto tempo no poder quanto Getúlio Vargas. Foram 18 anos e 7 meses. Ao longo da história, a Constituição já previu mandatos de 6, 5 e 4 anos. Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva estão em segundo lugar, com 8 anos cada. Sem contar os interinos, o menor tempo de permanência foram os 7 meses de Jânio Quadros.
Dez presidentes não completaram seus mandatos. O marechal Deodoro da Fonseca e Jânio Quadros renunciaram. Affonso Penna, Getúlio Vargas e Costa e Silva morreram. Quatro outros foram depostos por golpes e Fernando Collor sofreu impeachment. Alguns foram eleitos, mas não assumiram, como Tancredo Neves.
O primeiro vice-presidente a assumir o cargo foi Floriano Peixoto, chamado em 1891 para completar o mandato do Marechal Deodoro da Fonseca, que renunciou. José Sarney foi o único vice a cumprir integralmente o mandato, de 5 anos, por causa da morte de Tancredo Neves.
Seis presidentes abandonaram o cargo ou nem chegaram a assumi-lo por problemas de saúde ou morte. Rodrigues Alves, eleito em 1918, morreu antes da posse e foi substituído pelo vice, Delfim Moreira, até a convocação de novas eleições. Já em 1969, depois da morte do general Costa e Silva, uma junta militar impediu a posse do vice, Pedro Aleixo. A junta ficou no poder até a eleição indireta de Emílio Médici.
Minas Gerais foi o estado que mais elegeu presidentes. Foram 8, excluindo Itamar Franco, que nasceu num navio na costa da Bahia. Depois vêm o Rio Grande do Sul (6 presidentes) e o Rio de Janeiro (5). Minas teve também o maior número de vice-presidentes, totalizando 9.
Durante a vigência da política do café-com-leite, na República Velha, em que se alternavam no poder paulistas e mineiros, 5 dos 10 presidentes eleitos não disputaram com ninguém. Eles eram candidatos únicos. Prudente de Moraes, o primeiro civil a chegar à Presidência da República, concorreu sem adversários e obteve mais de 80% dos votos. O recordista de popularidade foi Rodrigues Alves, monarquista convertido a republicano, que conseguiu fazer 92% dos votos em 1902 e 99% em 1918. Washington Luís e Afonso Pena empataram com a marca de 98% das preferências.
Nos primeiros anos da República, a violência durante as eleições era tão grande que o eleitor, em alguns estados, recebia 2 cédulas: uma com o número do candidato em que deveria votar e outra com o número de seu caixão se decidisse não votar no nome indicado.
FHC foi o primeiro presidente a ser reeleito em mandatos sucessivos. Antes dele, Rodrigues Alves ganhou uma segunda eleição, em 1918, só que morreu antes de tomar posse. Getúlio Vargas, que chegou à Presidência em 1930 num golpe de Estado, voltou ao posto em 1951.
O interino mais importante do país foi o paulista Ranieri Mazzili, presidente da Câmara numa época turbulenta. Ele foi presidente 2 vezes por 13 dias: assumiu a presidência quando Jânio Quadros renunciou, em 1961, e após o golpe de 1964, que derrubou João Goulart. Catorze dias depois entregou o cargo ao marechal Castello Branco.
A eleição de 1989 para a presidência da República teve 28 candidatos. O mais curioso de todos eles era Júlio Nascimento, do Partido de Renovação Moral, dono de uma banca de jornais no Rio de Janeiro.
O candidato do baú: 15 dias antes da eleição de 1989, o empresário e apresentador de TV Sílvio Santos lançou sua candidatura para a presidência e virou a sucessão de cabeça para baixo. Ele saiu pelo PMB (Partido Municipalista Brasileiro). Antes disso, a vaga era do dono do partido, o pastor evangélico Armando Corrêa, que se auto-intitulava “candidato dos explorados”. Uma semana depois, o TSE descobriu uma série de irregularidades nos registros do PMB e impugnou a candidatura de Sílvio Santos. O partido tinha realizado convenções em apenas 5 estados, enquanto a lei eleitoral exige que sejam em 9.