Os membros da realeza inglesa têm um certo ar de celebridades. Tanto que o que eles indicam pode ganhar um disputado certificado de qualidade – ou “Royal Warrant of Appointment”, em inglês. O certificado enche os laureados de prestígio. Se era bom para a Casa, o fornecedor ganhava a confiança do público em geral. No Reino Unido, os certificados são emitidos pelos dois mais antigos membros da família real – a rainha Elizabeth e o príncipe Charles. Até 2021, o príncipe Philip, o Duque de Edimburgo, falecido em 9 de abril, também tinha o seu certificado.
A tradição começou no século XV. Lord Chamberlain nomeou comerciantes como fornecedores oficiais para a casa real. O impressor William Caxton foi um dos primeiros beneficiários, em 1476. É importante lembrar que os fornecedores continuam a cobrar por seus produtos e serviços – um certificado não significa que eles fornecem produtos e serviços gratuitamente. Embaixo do brasão, aparece a indicação “By Appointment” [Por Nomeação], seguida pelo título e nome do membro da realeza e quais as mercadorias fornecidas. “O certificado da Rainha é o mais cobiçado e tem 1.000 produtos e serviços de 800 fornecedores”, explica a jornalista brasileira Letícia Nascimento, radicada em Londres há onze anos.

A Rainha Victoria foi quem mais conferiu prestígio ao certificado. Foram emitidos 2.000 em 64 anos de reinado. Alguns continuam até hoje, como o empório gastronômico Fortnum & Mason ou o chá Twinings. Os certificados têm validade de cinco anos e podem ser renovados. A lista retrata um pouco os costumes e os hábitos da realeza. O rei Charles II emitiu certificados para fábricas de chapéus, relógios, baralhos e dentaduras.
Algumas empresas importantes que possuem o certificado são: Cadbury, Heinz, Tanqueray Gordon, Schweppes, Aston Martin, Land Rover e Jaguar. A lista completa pode ser encontrada em www.royalwarrant.org.