Ele nasceu na cidade de Cannes, França, em 1776 e lutou nas forças de Napoleão Bonaparte. Seu nome era Pierre Labatut ou, como acabou ficando conhecido no Brasil, Pedro Labatut. O que um militar francês veio fazer no Brasil? “Aí tem História”, diz o professor Warde Marx.

Ao declarar a Independência, em 7 de setembro de 1822, D. Pedro – que depois virou Pedro I – não dispunha de forças armadas eficientes, bem treinadas e, especialmente, fiéis a ele. Para que ele precisaria disso? As forças armadas que existiam no Brasil no momento da Independência eram comandadas por oficiais portugueses! Grande parte das pessoas esquece que nós tivemos, sim, uma Guerra de Independência, que só terminou em 2 de julho de 1823, quase um ano depois do Grito do Ipiranga.

Labatut era um militar muito experiente e eficiente, duríssimo quanto à disciplina e grande estrategista. Já tinha servido como mercenário nas forças que lutaram pelas independências de outros países sul-americanos. Esteve ao lado, por exemplo, de Simón Bolívar. A luta na Bahia estava indo mal e ele foi mandado para lá. Organizou as tropas, colocou nosso exército em pé de igualdade contra os lusitanos e a coisa foi virando.

Numa dessas batalhas na Bahia, aconteceu o famoso caso do corneteiro Luís Lopes. Ele recebeu a ordem de dar o sinal de “tocar em retirada”. Mas tocou o “cavalaria avançar e degolar”. Os portugueses, que estavam em vantagem, imaginaram que tivéssemos recebido reforços e deram no pé. Vitória nossa, com um detalhe curioso: NÃO tínhamos cavalaria! O general Labatut desempenhou missões de pacificação mais ao norte, na divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte, e ali foi tão violento que, hoje, o folclore local registra uma figura monstruosa, com um olho só, coberto de pelos, dentes enormes, pior que o lobisomem, devorador de criança, chamado… Monstro Labatut!

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Conheça os livros:
Esquadrão Curioso em: Independência ou Zero!
Memórias póstumas do burro da independência