O cartunista Doug Wildey revolucionou os desenhos animados da TV americana com a série “Jonny Quest”, dos estúdios Hanna-Barbera. Foi a primeira série de animação com personagens realistas. A abertura apresentava o elenco como se fosse formado por atores reais. Com roteiros ousados e cenários criativos, “Jonny Quest” misturava ficção científica e aventuras em lugares exóticos. Usava uma paleta de cores incomum e contava com os traços elegantes de Doug,Wildey, um dos maiores autores de quadrinhos de western.

A ideia de Jonny Quest surgiu depois que Joe Barbera assistiu ao primeiro filme de James Bond, “007 Contra o Satânico Dr. No”, em 1962, conta o especialista Sílvio Alexandre. No início, a proposta foi misturar os quadrinhos de “Terry e os Piratas” com o programa de rádio “Jack Armstrong”. Como as negociações com o personagem fracassaram, o projeto foi refeito e surgiu Jonny Quest. Jonny sem h, a abreviação de Jonathan; e Quest, depois de uma consulta na lista telefônica de Los Angeles, por ter um som de aventura. Cenas do programa piloto de Jack Armstrong foram incorporadas nos créditos finais de “Jonny Quest”: um menino ruivo e seu pai fugindo dos nativos africanos usando um hovercraft.

Jonny Quest

“Jonny Quest” foi ao ar pela primeira vez às 19h30 de 19 de setembro de 1964, na rede ABC. Foi um dos primeiros desenhos animados a ser exibido no horário nobre e o primeiro desenho dramático de meia hora. Mesmo bem recebido, “Jonny Quest” durou apenas uma temporada de 26 episódios e acabou cancelado devido ao alto custo de produção.

Jonny Quest personagens

Doug Wildey também trabalhou em outros desenhos como “Os Herculóides”, “Jana das Selvas”, e “De Volta ao Planeta dos Macacos”. Como havia poucas histórias publicadas de “Namor, o Príncipe Submarino”, parte dos “desenhos desanimados” da Marvel, de 1966, Doug foi chamado para produzir onze delas, que são as únicas de toda a série que nunca saíram em revistas. Na década de 1970, ele retornou aos quadrinhos com “Tarzan”,  “Jonah Hex” e “Sargento Rock”. Na década de 1980, Doug desenvolveu seu próprio faroeste, “Rio”, uma vitrine de seu estilo e talento único. “Rio” ficou conhecida como “uma série bela e naturalista com algumas das imagens mais deslumbrantes do oeste já feitas nos quadrinhos”.