No final de semana passado, a Pepsi passou por uma grande saia justa. A promoção “Pode ser Pepsi em dobro” prometia duas garrafas de refrigerante pelo preço de uma em cerca de 20 cidades brasileiras. De acordo com a Ambev, a demanda foi tão grande que superou o abastecimento equivalente a um mês de vendas. Clientes chegavam nos supermercados e não encontravam mais nada. Para acalmar os consumidores revoltados, há relatos que alguns estabelecimentos acabaram oferecendo unidades da marca rival, a Coca-Cola.

O Grupo Pão de Açúcar e a Pepsi publicaram um anúncio reconhecendo o problema em jornais e na televisão. Ele dizia que as empresas lamentavam qualquer transtorno que tivesse sido causado por causa do rápido esgotamento do estoque. Para compensar a falha, a Pepsi declarou que vai dar de presente 12 latinhas do produto para cada os 5 mil consumidores que reclamaram no SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) da Ambev.

Promoções desse tipo são sempre perigosas. Em 2008, a Coca-Cola teve sucesso numa promoção um tanto ousada realizada nos Estados Unidos. A corrida Coke Zero 400, prova da categoria Nascar realizada em Daytona, era patrocinada pela empresa. A Coca fez uma aposta bem grande: se qualquer um dos 13 motoristas patrocinados pela Coca-Cola ganhasse, cada cidadão americano teria direito a tomar uma Coca-Cola Zero.

O vencedor foi Kyle Busch, que não era membro da “Família Coca-Cola”. Mesmo assim, a promoção foi mantida e, após a corrida, os interessados tiveram uma semana para visitar o site da marca e receber um cupom que podia ser trocado por uma Coca Zero de 20 oz. (cerca de 600 mL). A empresa não divulgou o número de pessoas que trocaram o cupom pelo refrigerante. De qualquer modo, fica aí a ideia, tá, Ambev?