O Doutor em Psicobiologia e Coordenador do Laboratório de Genética do Sono da Unifesp, Mario Pedrazzoli, conta que há uma menção no livro dos recordes de que uma pessoa conseguiu ficar acordada por cerca de 260 horas direto. Trata-se do finlandês Toimi Soni, que alcançou a marca em 1989. Pedrazzoli pondera que Soni conseguiu porque havia pessoas estimulando para que ele se mantivesse acordado. Depois que a pessoa fica muito tempo sem dormir, mais de 48 horas, a pressão do sono é tão grande, que existe um fenômeno chamado “microssono”, onde a pessoa dorme entre uma piscada e outra.
Ao ficar sem dormir por um período entre 24 e 30 horas a pessoa apresenta uma perda considerável na velocidade do raciocínio e no humor. Também perde a capacidade de criação e tem alterações metabólicas no corpo como a frequência dos batimentos cardíacos. Quando o tempo sem sono ultrapassa a marca de 30 horas, já começam a aparecer sinais de confusão mental. Outros efeitos colaterais como fome, frio e calor em excesso também aparecem, bem como apatia e palidez. Evidentemente, esses efeitos e o tempo exato para que eles apareçam variam de pessoa para pessoa de acordo com inúmeros fatores físicos e psicológicos. No entanto, é raro uma pessoa passar das 30 horas acordada sem grandes prejuízos.
Foi o que aconteceu com um jovem de 24 anos que, em 1935, passou por 10 dias dormindo, no total, menos de cinco horas. A ideia dele era provar que o sono era um hábito e não uma necessidade. A partir do quarto dia, porém, ele passou a ter delírios e ficou completamente irracional. Não sabia sequer onde estava. Em determinado momento, os prejuízos no corpo do homem foram tão intensos que o projeto teve que ser abortado.