Faça o teste. Ao digitar a palavra “mentiroso” no Google, o que aparece primeiro? Se sua resposta foi a história de Pinóquio ou o filme estrelado por Jim Carrey, “O Mentiroso”, por mais que os palpites sejam bons, você errou. O link que aparece no topo da lista de resultados da pesquisa é a página da Wikipédia sobre Luiz Inácio Lula da Silva. O mais curioso é que, no texto sobre o presidente, o termo “mentiroso” não aparece nenhuma vez.

Intriga da oposição? Pode ser. Mas o fato é que essa prática de burlar o sistema de busca mais usado no mundo não foi inventada especialmente para Lula. O ex-presidente americano George W. Bush já foi vítima da mesma prática, com o verbete “miserable failure” (falha miserável), em 2005. Em 2006, foi a vez do ex-primeiro ministro britânico Tony Blair, cuja biografia respondia pela pesquisa de “liar” (mentiroso, assim como o caso de Lula). Para o atual presidente americano  Barack Obama, foram atribuídos os termos “failure” e “cheerful achievement” (realização alegre), em 2009.
Essa manipulação do resultado de busca se chama Googlebombing, e funciona da seguinte maneira: para buscar as páginas que tenham a ver com o termo pesquisado, o Google utiliza o sistema Page Rank. Ele procura os sites que tenham links com a palavra. Quando mais menções à palavra pelo mesmo link, mais em cima ele fica.
Exemplo: se eu quiser que a minha página da Wikipédia apareça como primeiro resultado para a palavra “curioso”, vou precisar:
1. Procurar o link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Marcelo_Duarte
2. Criar o link em código HTML: <a href=”http://pt.wikipedia.org/wiki/Marcelo_Duarte”> curioso </a>
3. Espalhar! Seja aqui no blog, no site do Guia dos Curiosos, na minha assinatura em fóruns. Vale até pedir ajuda para os amigos. O segredo é repetir esse código pela rede para que o Page Rank detecte a relação entre o link e a palavra “curioso”.
Pode até ser simples, mas nada de usar a receita! O Google não tolera práticas de Googlebombing, e criou um mecanismo para detectá-las. Quanto ao resultado para a pesquisa de “mentiroso”, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto informou que não vai se pronunciar sobre o assunto.