Há uma semana, Rupert Murdoch e outras cinco pessoas foram os primeiros a serem indiciados pelo envolvimento no escândalo de grampos telefônicos e suborno de funcionários nos tabloides ingleses News of the World e The Sun. Os jornais são acusados de, desde 2000, terem tido acesso ilegal a mensagens de voz de telefones de cerca de 800 políticos, celebridades e pessoas envolvidas em crimes.
Foram os ingleses que inventaram essa forma peculiar – e bem extravagante – de se fazer jornalismo. Enquanto os tabloides americanos são conhecidos por focar na vida das celebridades, os paparazzi ingleses atacam protagonistas de pautas de todas as editorias com a mesma ferocidade. O resultado são notícias densas escritas com o vocabulário popular e recheadas de informações comprometedoras (geralmente vindas de anônimos). Como costumam oferecer generosas recompensas por informações privilegiadas, os tabloides muitas vezes são procurados pelas fontes antes que elas cheguem aos jornais tradicionais. É uma forma alternativa e polêmica de jornalismo, que, apesar de desafiar os limites éticos da imprensa, sobrevive por contar ao público o que ele quer saber. Conheça aqui, no Blog do Curioso, os principais tabloides ingleses e a repercussão que eles causam na terra da rainha:
The Sun
Fundado por Rupert Murdoch, o The Sun é um tabloide fútil e sensacionalista que costuma sair na frente nos furos de notícias. Publicado no Reino Unido e na Irlanda, é o jornal de língua inglesa que mais vende no mundo. Uma das colunas – a “Page 3” –, que traz, todos os dias, a foto de uma modelo de topless, é considerada pornográfica pelos mais tradicionais. Politicamente, o jornal é conhecido por ter apoiado conservadores, como Margaret Thatcher.
News of the World
O jornal do magnata Rupert Murdoch nada mais é que a edição dos domingos do tabloide The Sun. Em 1843, quando foi lançado, o News of the World custava 3 centavos de dólar. O jornal de direita vendia cerca de 3,5 milhões de exemplares todos os domingos, até ser fechado por Murdoch em 10 de julho de 2011, depois do escândalo de grampos que pôs em xeque a ética da publicação.
The Daily Mirror
Este tabloide foi lançado em 1903 como um jornal de centro-esquerda dirigido e executado por mulheres. No entanto, já no ano seguinte, uma mudança na direção da publicação resultou na demissão de toda a equipe feminina. Nos anos 70, o The Daily Mirror foi superado pelo The Sun em número de vendas, e desde então a circulação do tabloide vem sofrendo queda constante. Em 2004, numa tentativa de alavancar as vendas, o The Daily Mirror publicou uma capa com a foto de George W. Bush ilustrando a manchete “Como 59.054.087 pessoas podem ser tão burras?”, em alusão aos eleitores do candidato republicano.
Sunday People
Fundado em 1881, O Sunday People é um tabloide de domingo dos mesmos donos do The Daily Mirror. Concorria diretamente com o News of the World de Murdoch. É o menor tabloide britânico entre os semanais, com uma tiragem de cerca de 800 mil exemplares por edição.
The Daily Mail
A história do conservador The Daily Mail está marcada pelo apoio dado a Adolph Hitler. Fundado em 1896, hoje em dia figura na 12ª posição na lista dos jornais de língua inglesa mais vendidos no mundo.
The Daily Express
O The Daily Express foi fundado em 1900 como um jornal de fofocas que trazia também um conteúdo expressivo de palavras cruzadas. A publicação adotou o formato de tabloide em 1977, quando criou o slogan “O melhor jornal do mundo” e assumiu a linha política conservadora. Seu maior rival é o The Daily Mail.
The Daily Star
Lançado em 1978, o The Daily Star é o mais novo jornal britânico desde 1903, quando estreou o The Daily Mirror. É publicado pelos mesmos donos do The Daily Express, expressando, portanto, a mesma diretriz política de direita. Na coluna “Babes“, publica diariamente a foto de uma mulher de peito de fora, assim como o faz o The Sun.