
Sem as referências durante a pandemia
Agora, durante a pandemia, os estádios estão vazios e Oliu perdeu as referências que vinham do campo e das arquibancadas. Os aplausos, as vaias, o barulho da luva do apanhador, o som da bola batendo no taco, a reação do público a cada ponto. Oliu visualiza o jogo com seus ouvidos afinados. O barulho artificial da multidão despejado pelos alto-falantes dos estádios não é páreo para nada disso. “Se uma formiga passar, Enrique pode ouvi-la”, diz o dominicano Ricardo Taveras, parceiro ao repórter James Wagner, do jornal “The New York Times”.
Depois de ganhar experiência em jogos de beisebol da categoria sênior e da liga secundária, Oliu chegou à MBL em 1998. Ele foi indicado por Orestes Destrade, que o conheceu na universidade, também na Flórida. O cubano Destrade é um ex-jogador da Major League Baseball. Passou pelo New York Yankees, Pittsburgh Pirates e Florida Marlins. Ele também trabalha agora na rádio Tampa Bay Rays
Oliu é um PVC do beisebol e usa seu conhecimento enciclopédico nas transmissões. Ele desfia histórias, casos engraçados e estatísticas. Antes da partida, Oliu conta com a ajuda da mulher, Debra Perry, para estudar o time do Rays e seus adversários. “O esporte é tudo na vida dele”, diz Debra. “Se duas baratas estiverem correndo, ele irá adorar fazer a narração”.