Lira, uma das cantora mais premiadas da África do Sul no momento, encantou na festa de abertura da Copa, no Orlando Stadium, no Soweto. Escolheu a música “Patapatá”, celebrizada pela também sul-africana Miriam Makeba. Miriam, a “Mama África”, cantou contra o aparthaid e teve seu passaporte cancelado. Seus discos foram proibidos no país. Esperou 30 anos para poder voltar para casa. Foi recebida por Nelson Mandela em 1990.

Para homenagear os 92 anos de Nelson Mandela, que serão celebrados no próximo dia 18, Lira cantou ontem a música “So Strong”, num tributo realizado por um dos patrocinadores da Copa. A música, do compositor inglês Lira Siffre, foi considerada um hino contra a discriminação racial no país. Lira cantou junto com o coral Soweto Spiritual Singers.
Lira, 29 anos, nasceu na township de Daveyton, a 40 quilômetros de Johanesburgo. Townships são os bairros pobres, as favelas reservadas exclusivamente para os negros. Daveyton é uma das mais populosas da África do Sul. Foi lá que Lira começou a escrever as primeiras letras de suas canções. Lira lançou seu primeiro álbum em 2006 e nunca deixou de lado o canto de libertação do povo africano. O passado precisa ser lembrado para que seja esquecido.