Nos primeiros anos de vida da TV brasileira, os programas de humor exibidos eram, na sua grande maioria, adaptações de programas radiofônicos. Um dos primeiros programas criados especialmente para TV tinha uma fórmula simples e, ao mesmo tempo, popular: “Praça da Alegria”. A página 14 da edição dominical da “Folha da Manhã”, em 2 de junho de 1957, trazia a informação que o humorístico estrearia no dia seguinte (3 de junho de 1957) pela TV Paulista Canal 5, às 20 horas. “Praça da Alegria” foi criado, escrito e produzido por um dos maiores nomes do rádio e da televisão: Manoel de Nóbrega.

O primeiro programa criado para a televisão foi “Vale a Pena Ser Pesado”, na TV Paulista, em 1956. Depois vieram “Brincadeiras”, “Clímax para Milhões” (onde ele era também ator e comediante), “Nóbrega e seus Bonecos” (ele fazia as vezes de um ventríloquo, que manipulava um ou dois bonecos. Um deles era o comediante Canarinho).

Numa viagem a Buenos Ayres, da janela do quarto do hotel, Manoel de Nóbrega viu um senhor sentado numa praça e percebeu que, a todo momento, alguém se aproximava para conversar. Foi aí que ele teve o estalo. Produzir um programa em que um homem se senta numa praça para ler um jornal ou uma revista e acaba interagindo com os personagens. Ao voltar para o Brasil, ele passou a ideia à emissora, que prontamente deu carta branca para colocar o programa no ar. Na edição de junho de 1957 a “Revista do Rádio” escreveu que o programa de Nóbrega, “UFE no ar” tinha mudado de nome para “Praça da Alegria”.