Os ciganos são divididos em grupos, com origens e características diferentes. São separados por ocupação predominante (criadores de animais, caldeireiros etc.) ou por origem geográfica.
Mesmo sendo todos ciganos, há discriminação entre os grupos. Os clãs que permanecem nômades acusam de abandono das tradições os outros grupos. Estes, por sua vez, afirmam que os nômades insistem na “vida primitiva”.
Os não-ciganos também têm grupo: são os gadjés.
O dialeto cigano é o romany (ou romani ou romanês). Uma palavra característica da língua é “opcha”, que equivale ao “viva” ou “oba” da língua portuguesa. Durante as danças, é comum repetir “opcha” várias vezes.
O povo cigano tem bandeira. É um retângulo dividido horizontalmente em duas partes. A de cima é azul, e significa a espiritualidade. A de baixo é verde, e simboliza a relação do homem com a natureza. No centro, fica a roda da vida, em vermelho. Ela simboliza a continuidade, a transformação e o movimento.
Quando nasce uma criança em uma família cigana, é preparado um pão que será oferecido às três fadas do destino. Após quatro dias, o pão é repartido entre todos para designar sorte.
A cerimônia de casamento cigana dura três dias e três noites. Durante esse tempo, os noivos ficam separados, dando atenção aos convidados. Os homens se sentam em roda e o noivo recebe presentes em um pão grande sem miolo. Para a mulher, são dados lenços e flores artificiais. Na terceira noite, os noivos podem ficar a sós pela primeira vez. Nas famílias mais tradicionais, a virgindade da noiva é comprovada com a mancha de sangue em um lenço branco. Na manhã seguinte, a noiva veste uma roupa colorida e usa um lenço na cabeça, simbolizando a perda da virgindade e apontando a mulher como casada.
A música e a dança cigana possuem influência hindu, húngaro, russo, árabe e espanhol. Os passos são de rodopios e movimentos com os pés e os braços. Algumas vezes, usa-se as castanholas. O homem dança em volta da mulher, simbolizando a proteção.
Os ciganos católicos têm como padroeira a Santa Sara Kali. Existe o costume de oferecer velas azuis, brancas ou pratas para a santa, assim como flores brancas ou coloridas, incensos, taças com água do mar, potes com grãos, fitas azuis e mantos, sendo que cada cor do manto simboliza um tipo de pedido.
