Hans Fex O norte-americano Hans Fex é um fenômeno nos sites de crowdfunding (financiamento coletivo). Ele arrecadou 1,2 milhão de dólares – ou seis vezes mais do que pretendia – com a terceira edição do Mini Museum. O projeto consiste na venda de placas de acrílico com pedacinhos de objetos raros e relevantes da história da humanidade, que pretendem aguçar a curiosidade dos interessados para estudar e entender o mundo. Tudo isso é feito pelo próprio Hans em uma oficina.

Fex coleciona objetos raros e classificados por ele próprio como “fascinantes” desde 1977, quando tinha 7 anos. Foi nessa época que o pai, o renomado pesquisador sueco Jörgen Fex, lhe deu as primeiras espécies raras de seu acervo. O interesse por esse tipo de material levou Hans, hoje com 46 anos, a conhecer outros pesquisadores, além de donos de museus e colecionadores ao longo das últimas décadas. Esse contato ampliou não só os seus estudos, como também o seu material.
Foram 33 anos juntando objetos e aguardando o momento certo de colocar em prática o Mini Museum. A ideia só saiu do papel no início de 2014. Ele esperava arrecadar 38 mil dólares (equivalente à 92 mil reais à época) e, três dias depois, já havia conquistado mais de 100 mil dólares (ou 242 mil reais). Em oito dias, foram 3 mil exemplares vendidos – e a primeira edição gerou uma arrecadação de 750 mil dólares (1,8 milhão de reais).

Hans Fex E O MINI-MUSEUO gasto, no entanto, também é considerável. Na primeira edição, por exemplo, ele gastou 300 mil dólares (725 mil reais) entre a compra das peças e os custos com as rigorosas pesquisas para checar a veracidade dos materiais que reproduz. À época, ele declarou ao jornal Washington Post que não acreditava muito no sucesso do projeto, mas que foi convencido por amigos e familiares. Além da paixão por peças antigas, outro fator que estimulou este trabalho foi um desejo de infância: o seu sonho era, quando adulto, fabricar brinquedos.

Nesta terceira edição, ele cataloga 29 itens raros que vão de dentes de dinossauros a um dos cabos do primeiro transatlântico da história. Outros itens que chamam atenção são o bolo do casamento do príncipe Charles com a princesa Diana, um pedaço de papiro egípcio, o famoso agasalho “turtleneck” (“pescoço de tartaruga” em português) de Steve Jobs, um pedaço de uma bola chutada por Pelé e uma pedra de cerca de 4 bilhões de anos.

Com 18 dólares (57 reais), o contribuinte leva uma caixinha com um pedacinho de um dente de monossauro (principais predadores do período cretáceo). A versão pequena do Mini Museum custa 129 dólares (406 reais). São 12 itens guardados em uma placa de acrílico de 10 x 7 centímetros, acompanhada de um guia com 130 páginas com informações sobre o acervo de Hans. O Mini Museum completo, com as 29 peças em uma placa de 13 x 10 centímetros, sai por 299 dólares (940 reais).
Hans consultou cientistas, pesquisadores, colecionadores e foi a leilões para montar a sua coleção em tamanho real. A maioria delas tem certificado de autenticidade, mas algumas ainda não concluíram este processo. De todo modo, quando tem qualquer dúvida sobre a real procedência do objeto, Hans o mantém em seu acervo, mas não o transforma em miniatura a ser comercializada.

Hans ainda faz questão de destacar que, se bem cuidado, o museu dura a vida toda. O que é raro, mas pode acontecer, é que os objetos sofram pequenos desgastes por causa dos materiais antiquíssimos que são utilizados no processo artesanal.