Por mais que pareça gostoso por ser viscoso, nunca coma um inseto sem ter certeza! Apesar de existirem mais de 1,5 milhão de espécies catalogadas, só 1.900 são comestíveis. Essa lista de comestíveis inclui várias espécies: traça, besouro, piolho, 29 espécies de libélulas, moscas e mosquitos, cupim, cigarra, percevejo, borboleta, gafanhoto, barata, formiga, abelha e até vespa. Eles são ricos em proteína, gorduras e sais minerais.
Um artigo da revista “Fapesp”, de abril de 2020, destacou que os insetos já alimentam 2 milhões de pessoas no mundo e fazem parte da dieta tradicional de habitantes da Ásia, África e de comunidades indígenas na América Latina. Existe um exemplo brasileiro da farofa com içá, a famosa formiga tanajura.
Alguns estudos apontam que esse hábito de comer insetos vem desde os tempos pré-históricos. E não é só porque não existem outras opções do que se alimentar. As pessoas escolhem isso por achar saboroso. No relatório da FAO, agência da ONU para Alimentação e Agricultura, publicado em 2013, chamado “Insetos Comestíveis – Perspectivas Futuras para a Segurança Alimentar dos Humanos e dos Animais” são descritos os benefícios de saúde e ambientais da entomofagia, ou seja, a utilização de insetos para alimentação animal ou humana. Essa será uma das saídas para a gente conseguir alimentar o planeta em 2050.
Antes de caçar grilo e barata pelo seu quintal é importante saber que nas fazendas (sim, existem fazendas de criação de insetos!) eles são alimentados por ração e vivem em ambientes controlados para garantir que sejam limpos. Os produtos comercializados pelas empresas que estão no mercado são baseados principalmente na farinha desses insetos. Então a farinha feita com eles é usada para ração de animais e também em barras de proteína, por exemplo. Em alguns lugares da Europa, como a Holanda e Alemanha, mesmo que não tenha essa tradição alimentar, já é possível encontrar larvas de inseto para consumo, como petisco, nas gôndolas do supermercado.
Resposta da bióloga Rachel Azzari.
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