O Brasil abriga 17% das florestas nativas do mundo e a maior parte das florestas tropicais, 34%. É também o campeão em área anual desmatada. Estão perdidos 15% da floresta amazônica e 93% da Mata Atlântica. Parte da devastação ilegal ocorre em áreas indígenas.
Florestas Tropicais
As florestas tropicais úmidas (tropical rain forests) estão localizadas na Ásia, África, América Central, América do Sul e em algumas ilhas do oceano Pacífico. Quase metade delas se encontra no Brasil. A maior do mundo é a amazônica, com 5,5 milhões de quilômetros quadrados. Desse total, 3,3 milhões de quilômetros quadrados (60%) ficam em território brasileiro. O restante se divide entre Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Do 1,5 milhão de espécies de seres vivos, cerca de 1/3 pertence a esse hábitat. O Brasil abriga 10% dessas espécies.
A floresta amazônica, que cobre 42% de todo o território brasileiro, é formada por três tipos de vegetação: a mata de igapó (a vitória-régia é sua principal espécie), quase sempre submersa nos rios; a mata de várzea (seringueiras, palmeiras e jatobás), inundada apenas nas cheias, e a mata de solo seco, com árvores de até 65 metros de altura.
Mata Atlântica
A Mata Atlântica é a segunda maior extensão original de florestas tropicais do Brasil. Na época do descobrimento, era 1,3 milhão de quilômetros ao longo da costa brasileira, cerca de 12% do território. Em seu trecho mais largo, media 500 quilômetros. A Mata Atlântica começou a mudar de perfil com o início da extração do pau-brasil pelos portugueses. Esse comércio foi responsável pelo desaparecimento de 6 mil quilômetros quadrados de floresta. Para que os índios derrubassem as árvores mais rapidamente, os portugueses os pagavam com facas e machados de aço. Devastada pelos sucessivos ciclos do pau-brasil, do ouro e das pedras preciosas, da cana-de-açúcar e do café, a floresta sofreu ainda mais com a industrialização do Sul e do Sudeste. Tanto que, hoje, a Mata Atlântica tem apenas 95 mil quilômetros quadrados, 7,3% da área original.
Na Mata Atlântica encontram-se 15% de todas as formas de vida animal e vegetal existentes no planeta. Nela, vivem 171 das 202 espécies de animais brasileiros ameaçados de extinção. Num único hectare da Reserva do Una, um resquício de Mata Atlântica na Bahia, foi encontrado um número Recorde de vegetais: 450 espécies diferentes.
Pantanal
A região do Pantanal mato-grossense tem 150 mil quilômetros quadrados (uma área cinco vezes maior que o estado do Rio de Janeiro) e é a maior planície inundável do mundo. São três tipos diferentes de áreas: as alagadas, as que ficam alagadas de vez em quando, e as que não se alagam nunca. O Pantanal possui uma fauna exuberante: 32 milhões de jacarés, 2,5 milhões de capivaras, 35 mil cervos-do-pantanal, 70 mil veados-campeiros e 15 mil tuiuiús. A fartura dos cardumes é quase quatro vezes maior que em qualquer outra região do planeta. Já estão catalogadas 260 espécies diferentes de peixes da região, mas os biólogos acreditam que esse número seja apenas uma pequena amostra do que de fato existe ali.
Restinga
Típica do litoral brasileiro, da Bahia ao Rio de Janeiro e também no Rio Grande do Sul. Pequenos arbustos e gramíneas aparecem em terrenos arenosos com grande quantidade de sal misturada ao solo. A vegetação fica coberta quando a maré está alta.
Mangue
Também se encontra em muitas partes do litoral. Arbustos e pequenas árvores de troncos finos e raízes aéreas crescem em lagunas e desembocaduras de rios, no meio da lama trazida pelo vaivém das marés. Abriga uma série de espécies marinhas e sofre com a poluição causada pelo despejo de esgotos.
Matas de Cocais
Localizam-se entre as florestas tropicais e a caatinga. São os pontos preferidos para o crescimento de palmeiras, como a carnaúba (do lado oeste, mais tropical) e o babaçu (do lado leste, mais seco).
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Caatinga
Formada por cactos (mandacarus e xiquexiques) e árvores de troncos tortuosos, cobertos de espinhos. Todas as plantas se adaptaram ao clima semiárido do Nordeste. Para enfrentar a época da seca, muitas perdem as folhas. A palavra caatinga vem do tupi-guarani e significa “mata branca”, pelo aspecto esbranquiçado durante o período de seca.
Cerrado
É a vegetação típica da região Centro-Oeste, constituída de árvores retorcidas, com casca grossa, e arbustos. Lembra a savana africana. Tem um aspecto de mata seca em razão da falta de nutrientes no solo e da alta concentração de alumínio.
Campos (ou Pampas)
São comuns em regiões de muita luz, muito vento e pouca chuva. Apesar de existirem em quase todo o país, aparecem mais na região Sul. São formados por gramíneas (vários tipos de plantas rasteiras), herbáceas e pequenos arbustos.
Amazônia
A floresta amazônica é a maior do mundo. Estende-se por nove países da América do Sul. Tem 60% de sua mata no Brasil. Só a parte brasileira é do tamanho de vinte Inglaterras. Ela abriga cerca de 80 mil espécies vegetais e 30 milhões de animais. Problemas como queimadas e desmatamentos causam alterações climáticas que afetam todo o planeta. Recentemente, muitos pesquisadores sustentam a ideia de que grande parte das chuvas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil têm como fonte de umidade principal as nuvens formadas na floresta amazônica.
Já foram registradas na floresta amazônica brasileira 2.500 espécies de árvores. Em apenas 1 hectare são encontradas trezentas espécies vegetais diferentes. Por ano, são extraídos 28 milhões de metros cúbicos de madeira, o suficiente para encher 3 milhões de caminhões. O desmatamento da Amazônia já chegou a 530 mil quilômetros quadrados, 13% da área da floresta. Metade foi devastada ilegalmente por pecuaristas, agricultores e madeireiros.
Conteúdo extraído do livro “O Guia dos Curiosos – Brasil“