Em 12 de outubro de 1923, o Rio de Janeiro, então capital federal, sediou o Congresso Sul-Americano da Criança, que discutiu questões relativas à educação e à alimentação infantis. No ano seguinte, percebendo a repercussão que o congresso tinha tido, o deputado federal Galdino do Vale Filho (1879-1961) propôs uma lei estabelecendo que o Dia das Crianças no Brasil passaria a ser comemorado naquela data. A comemoração, no entanto, não teve quase nenhuma adesão. Ninguém se lembrava dela.
Em 1940, o presidente Getúlio Vargas criou um novo decreto e uma nova data: 25 de março. Mais uma vez, ninguém deu muita importância à data.
O Dia das Crianças só ganhou mesmo força por iniciativa de Eber Alfred Goldberg, diretor comercial da Estrela — que, a bem da verdade, tinha o único objetivo de aumentar a venda de brinquedos. Em 1955, Goldberg idealizou uma promoção batizada de “Semana do Bebê Robusto”. Dez anos depois, a Johnson & Johnson criou o concurso “Bebê Johnson”. Podiam participar crianças de 6 meses a 2 anos a partir de fotos enviadas pelos pais junto com o rótulo de um produto. Foi o maior sucesso. A entrega do prêmio era feita no Salão da Criança em 12 de outubro.
Com a entrada de outras empresas, a “Semana do Bebê Robusto” ganhou força e passou a se chamar “Semana da Criança”. Mas logo o comércio resolveu concentrar suas forças em uma única data. Alguém lembrou do decreto de 1924 e o Dia da Criança passou a ser comemorado em 12 de outubro de cada ano.