O escritor Monteiro Lobato foi um dos mais ferrenhos defensores da tese de que o Brasil era um país rico em petróleo. Em 1932, ele investiu todo o seu patrimônio em perfurações na cidade de São Pedro de Piracicaba (SP) e na criação da Companhia Brasileira de Petróleo (CBP). Pouco tempo depois, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) divulgou um laudo declarando que não havia jazidas naquela região, o que levou Lobato a fazer duras acusações ao governo.

Essa foi a primeira de muitas brigas que o pai do Visconde de Sabugosa arrumou por causa do “ouro negro”. O livro O Escândalo do Petróleo (1936) foi escrito para denunciar a suposta venda de levantamentos de bacias petrolíferas a estrangeiros por funcionários do DNPM. Vendeu 20 mil exemplares em poucos meses. Em 1941, Lobato acabou preso e condenado a seis meses de detenção depois de escrever uma carta de 15 folhas ao general Góes Monteiro e ao presidente Getúlio Vargas acusando o Conselho Nacional de Petróleo de promover uma perseguição às empresas nacionais de extração de petróleo. Ele cumpriu apenas três meses na Casa de Correção de São Paulo.

No dia 2 de julho de 1948, Monteiro Lo­ba­to concedeu à Rádio Record sua última entrevista. Encerrou a conversa com a frase que se tornaria famosa: “O pe­tróleo é nosso”! Dois dias depois, ele faleceria.