Se você vai para a Austrália, pode riscar o Burger King da lista de possíveis locais para se alimentar durante a viagem. Apesar de colocarem o país na lista dos 10 que mais consomem fast-food no mundo, os australianos não contam com nenhum restaurante da rede em seu território. No entanto, quem quiser saborear o cardápio da rede pode ficar tranquilo: os produtos do Burger King são oferecidos em 390 estabelecimentos ao longo do território australiano. Todos sob o guarda-chuva da rede Hungry Jack’s.
A história é a seguinte: em 1971, já consolidado no mercado de fast-foods nos Estados Unidos, o Burger King se expandiu e chegou à Austrália. O responsável pela franquia, Jack Cowin, enfrentou um problema: o nome “Burger King” já havia sido registrado por uma rede de restaurantes take-away, ou seja, de produtos que não são consumidos no local. Impossibilitada de divulgar sua marca na Oceania, a direção da companhia ofereceu à Jack uma lista de novos nomes. Hungry Jack (Jack faminto) foi a que mais agradou. Posteriormente o nome foi levemente alterado para Hungry Jack’s (Fome do Jack) e assim permanece até hoje. A logomarca também é um pouco diferente. Continua a ideia de colocar o nome como “recheio” entre duas fatias de pão, mas com um design mais simples, sem grandes ousadias e sem aquela elipse azul incompleta em volta.
O Burger King não é o único que precisou mudar de nome em alguns países. Listamos abaixo outras quatro marcas que enfrentaram situações semelhantes.
Kibon
Esse é o caso mais curioso porque foram criados vários nomes ao redor do mundo. O nome pelo qual conhecemos, “Kibon”, só é adotado aqui, na Argentina e nas Ilhas Malvinas. O batismo original é “Heartbrand” (“marca do coração”), mas nem mesmo em sua terra natal, o Reino Unido, ele é chamado assim (na Irlanda usa-se a sigla “HB Ice-Cream”). Lá e em seis países asiáticos ele é chamado de “Wall’s Ice Cream”. A mais popular de todas as denominações é “Algida”, que quer dizer “gelado” em italiano e batiza os sorvetes de 20 países, todos europeus. América Latina adentro são muitos outros registros: Bresler (Chile), Helados La Fuente (Colômbia), Holanda (México e América Central), Pingüino (Equador) e Tio Rico (Venezuela). No Canadá e nos Estados Unidos os sorvetes são conhecidos como “Good Humor Ice Cream”. Na Europa ele pode ser encontrado como Eskimo (Áustria), Frigo (Espanha), Langnese (Alemanha), Miko (França), Ola (Bélgica, Holanda e Luxemburgo, assim como na África do Sul) e Olá (Portugal, assim como alguns dos demais países lusófonos).
Axe
A marca de produtos de higiene masculinos nasceu na França, onde a palavra “axe” quer dizer “eixo”. O problema é que nos países de língua inglesa “axe” significa “machado”. Os diretores da empresa acharam que seria muito difícil vender um produto de perfumaria com esse nome. Então, no Reino Unido, na Austrália e na Nova Zelândia a empresa chegou ao mercado como “Lynx”, que significa “lince”. Curiosamente, nos Estados Unidos não houve qualquer alteração. Já na África do Sul foi adotado o “EGO”. Em 2002, no entanto, a Unilever optou por adotar o batismo original, o que levou algumas pessoas a pensar que o mesmo seria feito com a “Lynx”. Até hoje isso não aconteceu.
Rexona
Outra das marcas de perfumaria da Unilever, a Rexona surgiu na Austrália e preserva o nome por lá e em praticamente toda a América Latina. No resto do mundo, especialmente nos demais países de língua inglesa, optou-se por denominações variadas. No Reino Unido e na Irlanda foi escolhido o “Sure”. A palavra significa “certeza”, o que combina com a logomarca que reproduz um sinal de aprovação. Nos Estados Unidos e no Canadá foi escolhido o “Degree”, que quer dizer “grau” e pode ser usado também para designar uma condição social. Na África do Sul o nome é “Shield”, que quer dizer “escudo”. Por fim, no Japão, houve uma leve adaptação para “Rexena”, mais agradável para a pronúncia dos japoneses.
Danone
A empresa francesa de laticínios foi fundada pelo farmacêutico espanhol Isaac Carasso. O nome foi uma homenagem ao filho Daniel, cujo apelido era Danone (“Dan” de Daniel e “one” de primeiro filho). Quando avaliaram a entrada no mercado norte-americano, os diretores concluíram que o nome tinha pouco apelo diante do consumidor. Para “americanizar” o nome sem descaracterizá-lo optou-se por “Dannon”.
Sempre bom aprender, reparei que em Portugal a logomarca era a mesma da Kibon. Agora entendi. Obrigada.
Sempre bom aprender, reparei que em Portugal a logomarca era a mesma da Kibon. Agora entendi. Obrigada.
A marca de shampoo Seda se chama sunsilk nos estados unidos.
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