Qual é a origem do “rá-tim-bum” que se canta no final do “Parabéns a você”?
O “é pique, é pique/é hora, é hora, é hora/rá-tim-bum” não teve inicialmente nenhuma ligação com a letra criada pela dona-de-casa paulista Bertha Celeste Homem de Mello para o “Parabéns a você” em 1942. A autoria dessa “parte final” é atribuída a alunos da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, na década de 1930 – antes, portanto, do concurso da Rádio Nacional vencido por Bertha.
Quem inventou essa parte da canção?
O que se conta é que o “é pique/é pique” veio do apelido “Pic-Pic” do estudante Ubirajara Martins de Souza, que vivia com uma tesourinha aparando a barba e o bigode pontiagudo. Esses mesmos estudantes frequentavam o restaurante Ponto Chic, no Largo do Paissandu, no centro da cidade. Precisavam esperar meia hora para tomar uma nova rodada de cerveja, que era o tempo que a bebida levava para resfriar nas barras de gelo. Quando dava os 30 minutos, eles cantarolavam para os garçons: “É meia hora, é hora, é hora, é hora”. Por fim, o “Rá-Tim-Bum” seria uma referência à visita de um rajá indiano cujo nome tinha a sonoridade parecida com Timbum. Os alunos fizeram uma colagem de todos esses gritos de guerra fanfarrões, que ficou assim: “Pic-pic, pic-pic; meia hora, é hora, é hora, é hora; rá, já, tim, bum”.
Que maluquice! E quem juntou então as duas partes? Como essa brincadeira foi parar no “Parabéns a você”?
Esses estudantes eram sempre convidados para animar festas de aniversário. Nessas ocasiões, eles aproveitavam para popularizar seus bordões. No Rio de Janeiro, uma parte do refrão acabou se tornando “É big/é big”, no lugar de “é pique/é pique”.