O Papa só é considerado “oficialmente” morto depois da realização de um ritual que testa seu “último sopro da vida”. Nos primeiros séculos, ele se resumia a aproximar uma vela dos lábios do pontífice. O procedimento era repetido até que a chama permanecesse imóvel.
Com o passar dos anos, porém, este método foi substituído por uma cerimônia presidida pelo camerlengo (administrador interino da igreja). Primeiro, o religioso se aproxima do corpo do sumo-pontífice e o chama três vezes por seu nome de batismo. Não havendo reação, bate em sua testa com um martelo de prata e cabo de marfim. Por fim, pronuncia a frase: “Vere Papa mortuus est” (O Papa está morto).
O mesmo martelo é usado para destruir o piscatório ou anel do pescador, símbolo do poder do sumo-sacerdote. Ele é removido de seu dedo pelo camerlengo, enquanto o secretário-chanceler da câmara apostólica finaliza a certidão de óbito. Após este procedimento, os sinos de São Pedro tocam, anunciando ao mundo a morte do Papa.
Seu cadáver é, então, embalsamado (suas vísceras são retiradas e depositadas em urnas que ficam na cripta subterrânea de Igreja de São Vicente, em Roma) e vestido com um traje composto de bata branca, pano branco sobre os ombros, sopreliz de renda, estola, túnica vermelha e dourada, casula e mitra (espécie de chapéu) episcopal. Quando o corpo deixa o quarto, são retirados todos os pertences pessoais do pontífice. As portas são seladas com lacre de cera, que será violado apenas pelo novo Papa.
Outro procedimento que fazia parte do ritual de oficialização da morte do sacerdote era o ato de fechar os portões de bronze da Basílica de São Pedro. Mas ele caiu em desuso.