Karol Wojtyla, João Paulo II, foi o 264º papa da história da Igreja – 214 deles foram italianos, numa média de dez anos por pontificado. João Paulo II tomou posse em 16 de outubro de 1978.
O sumo pontífice nasceu em Wadowice, na Polônia, e foi o primeiro papa não italiano depois de um período de 456 anos.
Quando jovem, o papa tinha uma grande paixão pelo teatro e literatura. Tanto que pensou seriamente em seguir carreira na área de filosofia e lingüístia polonesa.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os alemães decretaram o fechamento de todas as universidades polonesas. Diante disto, João Paulo e um grupo de amigos decidiram abrir uma escola clandestina, onde ensinavam aos jovens filosofia, idioma e literatura.
Antes de ingressar para a igreja, o sumo pontífice chegou a trabalhar como operário de uma pedreira.
No dia 13 de maio de 1981, João Paulo II sofreu um atentado a bala na Praça de São Pedro, em Roma. O crime foi cometido pelo extremista turco Ali Agca.
Em 2001, o papa descobriu que sofria de Mal de Parkinson, uma doença neurológica que causa tremores nos braços e, conforme avança, nas pernas e na cabeça.
João Paulo II foi considerado um papa moderno principalmente porque buscava o diálogo entre as diferentes religiões e uma aproximação com o povo. Contudo, ele se colocou contra o uso de métodos anticoncepcionais.
O religioso se destacou como um dos papas que mais realizou viagens. Desde que assumiu o posto até sua morte, foram 129 países visitados. Isto corresponde a 1 milhão e 200 mil quilômetros percorridos, distância equivalente a 27 voltas ao redor do mundo ou 2 viagens da Terra a lua.
A centésima viagem do Papa foi para a Croácia. Durante a comemoração, foram tocada, entre outras canções, Amigo, de Roberto Carlos.
Em 1998, a convite de Fidel Castro, ele esteve em Havana, capital de Cuba, sendo o primeiro vigário de Cristo a realizar uma missa na ilha comunista.
Para tornar possível sua ida à Espanha, em 2003, os bispos fecharam um acordo de patrocínio com o Mc Donald’s. A rede de fast food norte-americana se comprometeria a ajudar nos custos da viagem. Em troca, seria incluído no kits para a missa vale-refeições em uma das lanchonetes ou descontos na compra de lanches. Os pacotes mais caros vem também com CD, terço e livro de orações.
Em 14 de março de 2004, João Paulo II se tornou o 3º na lista de sumo-pontífices que estiveram a frente da Igreja Católico por mais tempo (26 anos e 6 meses). O primeiro é São Pedro (apesar da duração de seu reinado ser incerta, a tradição diz 33 anos) e o segundo, Pio IX (31 anos e 7 meses).
A vida do pontífice virou roteiro de um filme dirigido pelo italiano Giacomo Battiato. O papel de João Paulo ficou sob a responsabilidade do ator polonês Piotr Adamczyc. O norte-americano John Malkovich, o alemão Klaus Maria Brandauer e a francesa Emmanuelle Béart também estão no elenco.
O sacerdote lançou o livro Memória e Identidade em 23 de fevereiro de 2005. Os escritos geraram polêmica. Neles, o Papa chamava o aborto de “extermínio legal”, relacionando-o à matança de judeus pelo nazismo, e afirmava que o casamento entre homossexuais a uma “nova ideologia do mal”.
Em 1 de fevereiro de 2005, o Papa teve problemas respiratórios e teve que ser internado às pressas em um hospital em Roma (Itália). Os médicos diagnosticaram que o religioso teve uma laringo-traqueíte aguda (inflamação da laringe e da traquéia) e crises de espasmos da laringe (fechamento desordenado da laringe que impede a passagem do ar para o pulmões) em decorrência de uma gripe forte. Ele recebeu alta 10 dias depois. No dia 24 de fevereiro, porém, voltou a ser internado em decorrência de uma recaída do resfriado.
João Paulo II morreu em 2 de abril de 2005 às 21h37 do horário de Roma (16h37 de Brasília), após ter problemas cardiovasculares, infecção urinária e pressão sangüínea instável.
Em 12 de maio de 1982 – um ano após ser atingido com um tiro na praça São Pedro – o papa João Paulo II sofreu um novo atentado, na cidade de Fátima, em Portugal. Juan Fernandez Krohn, um padre espanhol ultraconservador, atacou João Paulo II com uma faca, mas foi derrubado por policiais, preso e deportado. O fato foi mantido em segredo pelo Vaticano até o cardeal Stanislaw Dziwisz quebrar o silêncio com a versão cinematográfica de sua autobiografia, o documentário “Testimony” (Testemunho), lançado em outubro de 2008. No documentário, o cardeal, principal assessor do pontífice na época, afirma poder revelar agora que “o Santo Padre ficou ferido. Quando voltamos para o seu quarto (no complexo do santuário de Fátima), havia sangue”. O papa, na época com 60 anos, realizou o trajeto sem revelar que havia sido ferido.