SANTO SUDÁRIOO pano feito de linho é uma relíquia da tradição católica e objeto de discussões entre cristãos, cientistas e historiadores. Amarelado, com 4,4m de comprimento por 1,2m de largura, o pano exibe a imagem de um homem ferido, com barba e cabelos longos e braços cruzados no peito. Para os cristãos, essa é a imagem do Cristo crucificado, para quem o Sudário teria servido de mortalha. O objeto é guardado na catedral de Turim, cidade do norte da Itália, desde 1694.

Não há consenso entre os cientistas sobre como a imagem teria sido gravada no tecido. A maior parte deles acredita que a imagem não foi pintada ou impressa. Uma das hipóteses afirma que uma radiação de natureza desconhecida, semelhante ao fogo, gravou uma figura tridimensional sobre uma das faces do tecido, sem, no entanto, trespassá-lo.

Na década de 1930, o cirurgião francês Pierre Barbet constatou que as feridas vísíveis no Sudário são típicas de uma vítima de crucificação. Barbet também observou que o homem do Sudário possui uma perfuração supostamente produzida por uma lança no lado direito do peito, confirmando a situação descrita nos Evangelhos a respeito da crucificação.

Em 1988, experimentos feitos em laboratórios na Suíça, EUA e Reino Unido indicaram que o tecido foi produzido no período entre 1260 e 1390. A hipótese de que o Santo Sudário seria uma falsificação produzida durante a Idade Média foi contestada por uma parte da comunidade científica, que alega que bactérias depositadas ao longo dos séculos no tecido adulteraram os resultados.

Os estudiosos do Santo Sudário são conhecidos como “sindonólogos”. O termo vem do grego “síndon”, que significa “lençol”.

O Sudário foi exibido pela primeira vez na televisão em 1973 pelo Papa Paulo VI. Paulo VI chefiou a Igreja Católica de 1963 a 1978 e foi o primeiro Papa a visitar os 5 continentes. A relíquia foi exibida também em 1998 e 2000. A Igreja Católica não confirma nem nega a autenticidade do objeto, mas afirma que ele deve servir como “um sinal poderoso da paixão de Cristo”.

Em 1997, um incêndio na capela Guarini, localizada dentro da catedral de Turim, quase destruiu o objeto. O Sudário salvou-se graças à intervenção de um bombeiro, que arriscou a vida para proteger a relíquia.