1. O inglês Deve Walker, que foi companheiro de Emerson Fittipaldi em 1972, na Lotus, era conhecido por sua constante “direção perigosa”, dizem até que guiava sem nem olhar no espelho retrovisor. Esse estilo ousado de dirigir lhe custou uma grande barbeiragem: ficou sem gasolina, a seis voltas do final, no GP da Bélgica, em 1972, e, com um detalhe, ele e Fittipaldi, que terminou a corrida, tinham a mesma quantidade de combustível.
2. Vittorio Brambilla tinha verdadeiro amor pelo guard-rail. Essa paixão lhe rendeu números impressionantes: de 74 corridas, sofreu 15 acidentes e saiu da pista 11 vezes. Mas, sua maior barbeiragem aconteceu justamente no dia que venceu sua primeira corrida, no GP da Áustria, em 1975. A corrida foi interrompida por causa da chuva na 29ª volta. Brambilla era o líder e, ao se surpreender com a bandeira quadriculada, ficou tão feliz, que tirou as mãos do volante para comemorar e esqueceu de guiar o carro, que foi direto para o guar-rail. O carro ficou destruído a apenas 10 metros da chegada.
3. Os brasileiros já foram vítimas de barbeiragens. Em 1982, no GP da Alemanha, o chileno Eliseo Salazar, retardatário da prova, fechou o líder Nelson Piquet, que perdeu o primeiro lugar. Irritado, Piquet desceu do carro e resolveu o problema na pista mesmo, batendo em Salazar.
4. Em 1988, Ayrton Senna estava perto de mais uma vitória em Mônaco quando chocou sua McLaren na curva da entrada do túnel. Muitos anos depois, seu amigo, o narrador Galvão Bueno, revelou que foi até o apartamento de Senna entender o ocorrido. O piloto, então, contou que percebeu que estava perto de fazer o segundo colocado – o eterno rival Alain Prost – retardatário. Então, começou a forçar o carro para chegar no francês e perdeu o controle.
5. Em 1991, o inglês Nigel Mansell estava com a vitória garantida no GP do Canadá. Na última curva, porém, começou a acenar para a torcida e diminuiu muito a velocidade de sua Williams-Renault, que não funcionava com baixa rotação. Resultado: pane no motor e sexto lugar.
6. Frear nos boxes para o pitstop pode ser bastante perigoso. Sobretudo para os mecânicos. Em 2000, Michael Schumacher atropelou um mecânico ao perder o ponto da freada. Kazuki Nakajima no GP do Brasil em 2007 e Romain Grosjean no GP da Espanha em 2015 repetiram a dose.
7. Alguns grandes pilotos também têm seus momentos de barbeiragens. Foi o que aconteceu com o inglês Lewis Hamilton, da McLaren, no GP do Canadá de 2008. Os pilotos Robert Kubica e Kimi Raikkonen esperavam pelo sinal verde na saída dos boxes. Hamilton, que vinha saindo de seu pitstop, simplesmente não brecou e bateu na traseira do carro parado de Raikkonen, tirando os dois da prova. Para piorar um pouco mais a situação, Nico Rosberg, da Williams, bateu na traseira do carro de Hamilton, causando um verdadeiro engavetamento.
8. Em 2007, sua primeira temporada na Fórmula 1, Hamilton chegou à penúltima corrida, na China, com 14 pontos de vantagem para o companheiro de McLaren, Fernando Alonso, e 18 para Kimi Raikkonen. No entanto, acabou se precipitando ao entrar nos boxes e saiu da corrida, deixando a decisão para o Brasil, onde um novo problema o jogou para o sétimo lugar e deixou o título com Raikkonen.
9. O próprio Raikkonen fez uma enorme bobagem no GP do Brasil em 2012. Com a pista molhada, derrapou e foi para a grama. Até aí, tudo normal. O problema é que ele simplesmente pegou o carro e saiu do traçado da pista, tentando retornar pela parte de fora do circuito. Não deu certo e ele precisou voltar.
10. De vez em quando, até quem está fora da pista faz bobagem. Em 2008, o brasileiro Felipe Massa liderava o GP de Singapura quando foi aos boxes. A Ferrari havia substituído o tradicional “pirulito” que indica quando o piloto pode partir por um painel eletrônico. Alguém acendeu a luz verde antes da hora e Massa saiu com a mangueira de combustível presa ao carro, abandonando a prova e perdendo 10 pontos que lhe custariam o título.