Nos Estados Unidos, a sexta-feira que se segue ao Dia de Ação de Graças (última quinta-feira de novembro) é conhecida como “Black Friday” (sexta-feira negra).
Para comemorar o início da temporada de compras de Natal, o comércio norte-americano oferece promoções tão sedutoras que há invariavelmente tumulto entre os consumidores.
Muitos pensam que o nome da data é uma referência à chance de as lojas saírem do vermelho (lá, não se diz que as contas positivas estão azuis, e sim pretas). Essa teoria é defendida pelo linguista americano Benjamin Zimmer. Mas ela é a menos aceita. O termo foi utilizado pela primeira vez em 24 de setembro de 1869, data em que houve uma queda brutal em Wall Street, a bolsa de valores de Nova York. Dois especuladores, Jay Gould e Jim Fisk, se uniram para tentar comprar o máximo de quantidade de títulos do governo – e assim conseguir impor depois um preço mais elevado e um lucro maior. A administração do presidente Ulysses S. Grant decidiu vender ouro do Tesouro para reduzir a dívida pública, estabilizar o dólar e dar um impulso à economia. O golpe de Gould e Fisk provocou falências de empresas de todos os tamanhos e até colocou em maus lençóis as economias de pequenos agricultores. Daí o dia ter sido chamado de “sexta-feira negra”.
O “Black Friday” voltaria a ser utilizado nos Estados Unidos em 1951 para ironizar a quantidade de faltas de trabalhadores ao emprego na data. Como muitos viajam para passar o Thanksgiving com a família, era uma maneira de conseguir quatro dias seguidos de folga (de quinta a domingo).
Finalmente, em 1966, o departamento de trânsito da Filadélfia utilizou pela primeira vez a expressão “Black Friday” para se referir ao trânsito infernal da cidade nos dois dias seguintes ao Dia de Ação de Graças. Justamente para fazer compras. Os agentes eram proibidos de tirar folga nesse dia. Batizando a bagunça nas ruas com um nome sombrio, a polícia esperava intimidar o povo.
O tiro, no entanto, saiu pela culatra: o comércio tomou o nome para si quando percebeu que os americanos começavam a fazer as compras de Natal logo depois do Dia de Ação de Graças. Em 1975, o jornal “New York Times” usou o “Black Friday” para descrever a quantidade de gente nas lojas atrás de promoções. Não há hoje um dono da marca
O termo só começou a ser usado em outras localidades em meados dos anos 1990.
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