O empresário paulista Alexandre Badolato lembra até hoje a data em que comprou seu primeiro Dodge: 6 de janeiro de 1999. Ele tinha 19 anos e arrebatou um Le Baron 1981. Oportunidades de comprar outros foram aparecendo e, quando ele percebeu, já tinha virado um colecionador. Badolato criou o Museu do Dodge, que ocupa três galpões em um sítio na região de Campinas (SP). O museu não é aberto ao público, mas seus 300 Dodges (incluindo vários que ainda esperam pelo processo de restauração) podem ser vistos nas redes sociais. No Brasil, a Chrysler fabricou 92.500 carros entre 1968 e 1981. Badolato escreveu dois livros sobre o tema: “Dodge – História de uma coleção” e “Dodge – Mais histórias de uma coleção“.
Os americanos John e Horace Dodge deixaram a empresa do pai, em 1889, e tornaram-se sócios de uma fábrica de bicicletas, a E&D (Evans & Dodge). Em pouco tempo, a E&D passou a produzir componentes para automóveis, atividade que acabou suplantando a produção de bicicletas. Em 1901, eles se transferiram para Detroit, cidade em que operavam os pioneiros Olds, Leland e Ford. A Dodge passou a ser um grande conjunto industrial. Tanto que, em julho de 1914, os irmãos Dodge fizeram uma oferta para comprar o negócio de Henry Ford, mas ele não vendeu. A Dodge partiu, então, para construir automóveis completos com sua própria marca. Em novembro do mesmo ano, saía da nova fábrica, em Hamtramck, o primeiro Dodge. Em 1915, a produção chegou a 45 mil unidades. No final da década de 1910, a Dodge apresentou o primeiro carro fechado da história, com carroceria totalmente de aço. John e Horace morreram em 1920 e Frederick J. Haynes assumiu o comando da empresa, vendida a um consórcio bancário cinco anos depois. Em 1928, a Walter Chrysler comprou a Dodge.