CLONAGEM

1. A palavra clone vem do grego Klon, que quer dizer “broto”. Ela foi criada para denominar indivíduos que se originam de outros por reprodução assexuada, como ocorre em laranjeiras, pessegueiros e roseiras. Quando cortamos seu caule em várias partes e plantamos as “mudas”, cada uma delas origina uma cópia idêntica à planta original.

2. Um clone é um ser geneticamente idêntico ao ser copiado, ou seja, ele tem as mesmas características da matriz. Assim, se você for clonado, sua cópia vai ser produzida segundo o mesmo manual de instruções usado para fazer você. Esse guia é o genoma, e tem um capítulo especialmente reservado para a criação de cada característica física sua, como o formato dos dedos ou o peso do coração. Cada um desses “capítulos” é chamado de gene.

3. Não é possível ainda clonar apenas órgãos. Na verdade, os cientistas são capazes de “copiar” algumas células que formam o órgão, e não o coração ou o pulmão inteiros. As células são retiradas de embriões e do cordão umbilical, e ainda não têm função específica. Através da injeção de nutrientes e enzimas, podem ser programadas para ficar do tipo desejado, como as da pele ou do pulmão. Após a divisão celular, elas são injetadas no órgão correspondente, substituindo as células doentes.

4. A clonagem de células-tronco embrionárias, que são células que ainda não se diferenciaram em tipos, foi realizada pela 1ª vez em 2004 por pesquisadores sul-coreanos da Universidade Nacional de Seul. A técnica permite que, depois de coletadas, as células sejam cultivadas e transformadas em variedades específicas. Assim, podem-se, por exemplo, criar células específicas para reparar defeitos em um organismo.

5. O primeiro mamífero clonado a partir de uma célula adulta foi a ovelha Dolly. Ela foi sacrificada em fevereiro de 2003, quando atingiu seis anos de idade, pois estava com uma doença pulmonar progressiva.

6. Uma autópsia do corpo de Dolly revelou que, apesar da morte precoce (as ovelhas costumam viver de 11 a 12 anos), seu organismo funcionava normalmente. A ovelha deixou 6 descendentes naturais.

7. Para fazer um clone, os cientistas usam o método da transferência nuclear — o mesmo usado para criar a ovelha Dolly, em 1997. A matriz a ser clonada doa uma célula qualquer, exceto o óvulo ou o espermatozóide, porque esse tipo de célula só tem metade da informação genética, o que não é suficiente para se produzir um indivíduo. Um indivíduo qualquer doa um óvulo. O núcleo do óvulo, onde se encontra toda a informação genética, é retirado. Assim, o óvulo passa a ficar sem identidade. A célula da matriz é colocada no óvulo sem núcleo, e se mistura a ele. O óvulo é então fecundado com um choque de 4.500 volts. Após a “fecundação elétrica”, o óvulo começa a se dividir e, geralmente entre 5 e 9 dias, é implantado em uma barriga de aluguel, onde permanece até o final da gestação.

8. A técnica da clonagem ainda precisa ser aperfeiçoada. A taxa de sucesso dos experimentos no campo é de apenas 10%.

9. O mecanismo pelo qual isso acontece ainda não foi esclarecido, mas os seres clonados costumam ter um sistema imunológico deficiente. Eles têm uma maior tendência ao desenvolvimento do câncer, e acabam morrendo cedo.

10. Para clonar a Dolly, foram fecundados 277 óvulos. Apenas 30 começaram a se dividir, e 9 induziram a gravidez. Um único filhote – a Dolly – sobreviveu.