O teatro The Globe é a casa do Festival Mundial de Shakespeare, a maior homenagem ao dramaturgo já feita na história. O evento acontece em Londres, ao mesmo tempo em que a cidade sedia as Olimpíadas 2012. Até novembro deste ano, milhares de artistas de todo o mundo se juntam para dar vida a quase 70 produções temáticas – disponíveis em 37 línguas diferentes. Estão à venda 1 milhão de ingressos.
Apesar de ter nascido em Stratford, na Inglaterra, foi em Londres que William Shakespeare teve seus dias de glória. Em 1599, o dramaturgo, no auge de sua carreira, comprou, junto a três outros sócios, o teatro The Globe, na capital inglesa. Por 14 anos, a casa funcionou ininterruptamente, apresentando os clássicos de Shakespeare. Mas, em 1613, durante uma performance da peça Henrique VIII, um canhão que era parte do cenário acabou errando o alvo e atingindo o telhado. O choque provocou uma explosão que destruiu o teatro em menos de quatro horas. Ele chegou a ser reconstruído, mas, com a morte de Shakespeare em 1616, foi aos poucos perdendo relevância. Em 1644, a construção foi demolida por falta de uso.
Três séculos se passaram até que o cineasta americano Sam Wanamaker tivesse a ideia de reconstruir o The Globe. Em 1996, 26 anos depois de ter iniciado seu projeto, foi erguida na cidade de Londres a réplica do teatro shakespeariano. Curiosamente, estudos realizados com os escombros do teatro sugeriram que a arquitetura original era poligonal, e não arredondada, como se supunha. Para a reconstrução do prédio, foram usados materiais condizentes com a versão original, como a madeira verde e o colmo.
Mas a influência do autor não se restringe aos ingleses. Cerca de 64 milhões de crianças em idade escolar – metade de todas as crianças do mundo – entram em contato com obras do autor, que já foram traduzidas para 80 idiomas. O alcance é tanto que há pelo menos outras 12 réplicas do The Globe ao redor do mundo. A cidade de Odessa, no Texas (EUA), abriga uma cópia perfeita do teatro, construída na década de 60 – mais de 40 anos antes do londrino. O espaço também conta com uma réplica da cabana de Anne Hathaway – mulher de Shakespeare.
Na cidade alemã de Rust, a réplica do The Globe alterna, em sua programação, peças de Shakespeare com musicais da Broadway. A de Tóquio, no Japão, já exibiu os trabalhos do cineasta Ingmar Berman.
E a de Utah, nos Estados Unidos, é tão perfeita que serviu de locação para a rede de televisão BBC nas filmagens de uma Série sobre Shakespeare.
