Existem dois tipos de corrida que não levam a lugar nenhum. O primeiro é a corrida em bicicleta ergométrica. Você pedala, pedala e continua no mesmo lugar. O outro é a  implacável caçada do  Coyote atrás do Papa-Léguas nos desenhos animados. Se bem que, depois de algum tempo, os telespectadores podem estar um pouco cansados da interminável corrida. Por isso, mostro aqui dois finais possíveis para a obsessão de Wile E. Coyote — que no Brasil virou “Coiote Coió”.

Algum fanático pelo Coyote — ou simplesmente alguém que odeia o Papa-Léguas — colocou no YouTube um final nada amigável para a ave. Finalmente, depois de longos anos de busca, uma das armadilhas do caçador dá certo e ele consegue capturar sua presa. Chega a hora da tão esperada refeição. Se você tiver estômago fraco, não assista às cenas a seguir.

Já o escritor Ian Frazier imaginou um outro final  para o Coyote. Publicado na revista “New Yorker” em fevereiro de 1990, um texto do autor simula um processo de indenização do personagem contra  a empresa fictícia Acme. Cansado de tanto apanhar ao tentar capturar sua presa, Coyote decide pôr a culpa na indefectível Acme.
“Meu cliente, o sr. Wile E. Coyote, residente no Arizona e estados contíguos, vem por meio desta propor ação indenizatória para reparação de perdas e danos contra a Acme Company, fabricante e distribuidora no varejo de mercadorias variadas, fundada no Delaware e ativa em todos estados, distritos e territórios dos Estados Unidos da América.” É assim que começa o processo de Coyote contra a Acme — que tem tudo para terminar mal, uma vez que o personagem é mesmo lesado pela companhia.

Caso você queira conferir a íntegra do texto (em inglês), clique aqui.