Tem gente que ri quando falo que já tomei muita Fanta Guaraná. Você pode não se lembrar, mas já tivemos Fanta Guaraná no Brasil no final da década de 1970. Ela foi substituída pelo Guaraná Taí no início dos anos 80, como parte de uma medida de substituição de produtos adotada pela Coca-Cola, dada a inviabilidade de manter refrigerantes muito similares simultaneamente nas prateleiras. Mais tarde, o Taí acabou dando lugar ao Kuat na maioria dos Estados brasileiros, apesar de o primeiro ainda poder ser encontrado com facilidade no interior de São Paulo, em Minas Gerais e em Santa Catarina. Apesar de ter fórmula parecida com a do Taí, o Kuat tinha o apelo marqueteiro de usar como matéria-prima o autêntico “guaraná da Amazônia”, estratégia para atingir o concorrente Guaraná Antártica. Processo semelhante aconteceu com a Fanta Limão, que virou Sprite Limão.

Apesar do histórico de venda da Fanta Guaraná no Brasil, a assessoria da Coca-Cola disse não encontrar (ou não querer encontrar) registros sobre a bebida em seu acervo. Mas eis que recebo de presente de uma amiga uma garrafa de Fanta Guaraná vinda do Paraguai. Essas coisas mexem com nossa memória afetiva. Devo abrir e tomar ou isso poderia desmanchar as minhas lembranças de infância? Hoje, a Fanta Guaraná é vendida apenas no Paraguai e em Barbados. No Paraguai, a garrafa de 500 ml sai por cerca de R$ 4. Em Barbados, a propaganda do produto destaca uma mulata bem brasileira para deixar claro a origem da fruta. Por aqui, no entanto, só encontramos nas prateleiras os sabores laranja, uva e maracujá.

No Facebook, há uma fanpage chamada “Queremos Fanta Guaraná no Brasil”. O número de curtidas ainda é pequeno. Há também que defenda a volta da Fanta Limão, que eu também adorava. Aliás, uma grande curtição é viajar e ficar procurando sabores diferentes de Fanta. Eu já provei muitos outros (veja a lista completa neste post).