Quatro ex-alunos da Escola Politécnica de São Paulo trabalhavam em empresas de mercado de capitais, que passavam por um momento de crise. Pensavam, então, em uma forma de abrir o próprio negócio e ganhar mais dinheiro. Várias oportunidades surgiram: uma confecção, uma corretora de valores, uma empresa de instrumentos de precisão. Nada disso os atraiu. Até que um deles, Gerald Dinus Reiss, voltou da Europa fascinado com um jogo de estratégia de guerra e sugeriu que eles criassem uma versão nacional: o “War” foi lançado em outubro de 1972.
Assim nasceu também a Grow, cujo nome veio da junção das letras iniciais dos sócios: Gerald, Roberto A. Schussel, Oded Grajew e Valdir Rovai. Embora o nome de Valdir seja com V, na composição da marca foi usada a letra W por uma questão de sonoridade). A produção inicial do jogo foi de 5 mil unidades, vendidas de loja em loja pelos sócios.
Como surgiu o “War”? Em 1957, o cineasta e roteirista francês Albert Lamorisse criou o jogo de estratégia de guerra “La Conquête du Monde” [A Conquista do Mundo]. Dois anos depois, os direitos foram comprados pela empresa Parker Brothers, que lançou uma versão em inglês chamada Risk [Risco]. Gerald voltou da Europa fascinado justamente com o Risk. Naquela época, as empresas brasileiras costumavam adaptar regras de jogos internacionais. Depois mudavam o nome para não pagar direitos autorais.
O “War” foi lançado em outubro de 1972. O que se conta entre os especialistas é que a Grow, ao traduzir o jogo, errou numa das regras, o que tornou o jogo longuíssimo.
Lamorisse ganhou o Oscar de melhor roteiro original pelo curta-metragem “O balão vermelho” em 1957.
Em janeiro de 1973, a Grow lançou seu segundo produto, o jogo “Diplomacia”. Nesse caso, a inspiração veio de “Diplomacy”, criado pelo americano Allan Calhamer em 1954 e que chegou ao mercado americano apenas cinco anos depois.