O primeiro “O Guia dos Curiosos” foi lançado em 10 de maio de 1995. Um dia depois, fui convidado para participar do programa “Jô Soares Onze e Meia”, no SBT.  O programa foi gravado no prédio da antiga TV Tupi, no Sumaré. Eu tinha pouquíssima familiaridade com a TV. Medo mesmo de me sair mal. Ganhei até uma sessão de midia training do Juca Kfouri, meu diretor na redação de PLACAR naquela época.  Mesmo com todo o treinamento, fiquei totalmente travado. Morro de vergonha de ver essa entrevista até hoje. Para minha felicidade (e alívio), Jô percebeu o meu nervosismo, abriu o livro e se divertiu lendo as curiosidades. A plateia também. Nos dias seguintes, comecei a ouvir gente na rua comentando a entrevista – e o livro! Gente que nunca vi na vida. No restaurante, na escada rolante do shopping, dentro de um avião. A primeira edição de “O Guia dos Curiosos” se esgotou logo naquele primeiro final de semana.  Pouco antes do lançamento, Luiz Schwarcz, editor da Companhia das Letras, havia me chamado para dizer que “um livro que vende 3.000 exemplares já poderia ser considerado um best-seller no Brasil”.
MARCELO DUARTE É ENTREVISTADO POR JÔ  SOARES
A entrevista para Jô Soares repercutiu por todos os lados. Fui depois entrevistado por rádios, TVs, jornais e revistas do Brasil inteiro. Aos poucos, fui me soltando.  O livro logo entrou na lista dos mais vendidos.  Ficou quatro meses em primeiro lugar e foi o livro de não-ficção mais vendido em 1995. Passei a ser chamado de “Curioso”. Ganhei programas de rádio e de TV, colunas em jornal. Fiz site e blogs. O primeiro livro vendeu 280 mil exemplares. A coleção “O Guia dos Curiosos” já tem nove volumes. Voltei mais cinco vezes ao programa do Jô e sempre fui tratado com muito carinho. Hoje, quando Jô Soares se despede de seu programa diário na Rede Globo, só tenho que agradecer por aquela entrevista que mudou minha vida.